A Indústria 4.0 não é mais uma opção e nem uma vantagem competitiva. Já se tornou mandatório que as empresas embarquem nessa jornada. É conhecido que o conceito da Indústria 4.0 passa pela definição de customização em massa. Esse processo engloba um amplo sistema de tecnologias avançadas, como inteligência artificial, robótica, internet das coisas (IoT), simulações avançadas, análises de dados e computação em nuvem, que estão mudando as formas de produção e os modelos de negócios no Brasil e no mundo.
Uma pesquisa recente da Deloitte aponta que a IA (Inteligência Artificial) seria adotada por 70% das empresas consultadas, já neste ano, por ser de extrema importância para as indústrias que buscam a máxima eficiência e rentabilidade. No entanto, esse ritmo de produção acelerado tem gerado um grande impacto negativo ambiental.
Se partirmos do pressuposto de que a Indústria 4.0 combina máquinas inteligentes em um processo de produção sofisticado e interligado, é possível encontrar a ligação entre a sua aplicação e o desenvolvimento sustentável.
A sustentabilidade, por sua vez, tem sido um dos maiores desafios que a sociedade, juntamente com as empresas, enfrentam. As alterações climáticas e a poluição são aspectos que despertam discussões nos últimos anos e que exigem uma solução imediata e eficaz, principalmente, nas indústrias.
Sua utilização não afeta apenas o sistema de produção, mas abrange todos os aspectos de uma empresa, incluindo suas infraestruturas. Nesse contexto, a construção de plantas também está se transformando e se reinventando para melhorar a vida dos trabalhadores e aumentar a eficiência energética. O uso da IA nas construções resulta no nascimento de indústrias autossuficientes e sustentáveis.
Ao construir uma fábrica inteligente, pode ser instalado um sistema de iluminação, aquecimento e refrigeração que pode ser regulado em tempo real e de acordo com a necessidade do momento. Com isso, utilizar sensores para monitorar o uso da iluminação e regular a temperatura permite a redução de custos e de energia, contribuindo drasticamente para a sustentabilidade.
O setor industrial, como principal consumidor energético, precisa alcançar a eficiência e, por meio da coleta e visualização de dados, é possível evitar o desperdício de energia. Optando por uma plataforma de operações integrada, estes tipos de parâmetros podem ser controlados facilmente, reduzindo as emissões de gases do efeito estufa na atmosfera. Outro ponto é que esses sistemas permitem gerar e unificar dados da produção, consumo de energia e emissões de CO2, ajudando as companhias a serem mais assertivas em ações em prol do meio ambiente.
Devemos optar por crescer o negócio ou reduzir o impacto ao meio ambiente? Não temos mais essa escolha. Devemos fazer os dois. Os conceitos e tecnologias da Indústria 4.0 devem ser usados para combater os efeitos das alterações climáticas sem abandonar a produção de alto desempenho. Para atingir este objetivo, será essencial desenvolver uma produção totalmente eficiente e otimizada. Felizmente, a IA e a análise avançada aplicadas à indústria nasceram para atingir este objetivo.
Regis Ataídes, VP Industrial Automation e Head of Digitalization da Schneider Electric.