Desde sua invenção, a tecnologia RFID atua como braço direito de armazéns e do setor de logística, uma vez que facilita a rastreabilidade das mercadorias, a visibilidade das operações e a leitura mais rápida das informações sobre os produtos. De acordo com a Universidade do Arkansas, após a implementação de etiquetas de identificação por radiofrequência (RFID) em uma conhecida rede de supermercados, foi detectada uma redução de 16% em mercadorias esgotadas. O estudo mostra também que produtos fora de estoque com essas etiquetas foram repostos três vezes mais rápido do que os produtos que utilizavam códigos de barras.
No entanto, a tecnologia RFID pode atuar além do armazém, e se tornar inovadora em diversas indústrias, como a automotiva. De acordo com o Estudo do Ecossistema Automotivo, da Zebra, levantamento realizado com mais de 1300 consumidores, gestores de frotas e executivos da indústria automotiva, 73% dos tomadores de decisão acreditam que sua empresa ficará em desvantagem se não aderir a mais tecnologia. Para 76% das empresas, no entanto, integrar dispositivos, sensores e tecnologias em toda a empresa e cadeia de suprimentos de forma segura continua sendo um desafio.
Embora a tecnologia de códigos de barras ofereça múltiplas vantagens aos fabricantes de equipamento original (OEM – Original Equipment Manufacturer), distribuidores, prestadores de serviços e até condutores de automóveis, nem sempre fornecem o nível de precisão necessária para a visibilidade em tempo real do processo de fabricação, da disponibilidade do inventário ou do status da manutenção. Da mesma forma, as empresas do setor podem ter dificuldade em saber a localização atual de cada item, ferramenta ou peça de embalagem de transporte, o que torna difícil manter as operações da produção e de entregas dentro do prazo.
Este tipo de necessidade cria a urgência de incorporar uma tecnologia mais avançada de localização de veículos e de peças automotivas em toda a cadeia, e não apenas na última etapa. O monitoramento e a comunicação de ativos e ações precisam ser automatizados e ocorrer em tempo real, dado o volume e a diversidade crescente das operações de fabricação, expedição, vendas e manutenção de automóveis. De acordo com o estudo da Zebra acima mencionado, 80% dos consumidores e gestores de frotas afirmaram querer visibilidade de ponta a ponta sobre o que está acontecendo durante o processo de fabricação.
Para responder às novas tendências, a tecnologia RFID e os sistemas de localização em tempo real (RTLS) irão se tornar rapidamente o padrão, à medida que o ecossistema automotivo se torna mais digitalizado e que parte dos compradores buscam transparência em relação à matéria-prima e ao processo de desenvolvimento de veículos. Com um código de barras só é possível confirmar onde se encontrava uma peça ou um veículo no momento da leitura. Mas, com a tecnologia de localização em tempo real, é possível confirmar instantaneamente o recebimento de mercadorias e ter um modelo de armazenamento mais dinâmico na logística de peças. Na concessionária ou oficina, a RFID pode ser utilizada para simplificar as ações de manutenção e reparação, acelerando a coleta de dados e as atualizações de registros por meio da leitura de etiquetas em pneus, peças e até veículos inteiros.
Ao implementar essa tecnologia não é necessário procurar o veículo ou pesquisar diferentes sistemas e registros para compreender o histórico do veículo. O processo de manutenção também se torna completamente transparente para o cliente, que poderá ver quando o veículo foi retirado, que medidas serão tomadas e quando deve voltar à concessionária, tudo a partir de uma aplicação móvel com feedback em tempo real.
Em resumo, a necessidade de imediatismo dos consumidores obrigará as empresas a repensarem seus processos, desde a fabricação até à entrega ao cliente, e isso se reflete no setor automotivo. Na indústria automotiva, o erro humano pode representar custos muito elevados. Além disso, o processo de compra e personalização de veículos se torna cada vez mais complexo, e ter a tecnologia certa em cada elo da rede de fornecimento é fundamental para satisfazer o mercado.
É difícil afirmar de forma generalista qual solução é melhor para uma empresa, pois isso depende das necessidades e do desenvolvimento de cada negócio. No entanto, é uma realidade: é mais acessível ter a tecnologia RFID para agilizar os processos de localização e rastreabilidade das mercadorias e, assim, aumentar a digitalização e a rentabilidade das empresas. Se a empresa já ultrapassou a fase de desenvolvimento do código de barras, uma solução RFID pode ser o próximo e melhor passo.
Luiz Cunha, Engenheiro de Vendas da Zebra Technologies Brasil.