Com investimento inicial de R$ 3 bilhões, governo do RS e Scala Data Centers assinam acordo para projeto de infraestrutura digital do estado

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O governo do Rio Grande do Sul, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), e a Scala Data Centers, a plataforma latino-americana de data centers sustentáveis líder no mercado Hyperscale, assinaram nesta quarta (11) um protocolo de intenções para viabilizar a construção do maior e mais inovador empreendimento de infraestrutura digital da América do Sul, a Scala AI City.

A "cidade de data centers" compreende um investimento inicial de cerca de R$ 3 bilhões (US$ 500 milhões) apenas na primeira fase, representando um passo decisivo para posicionar o Brasil como um polo central na revolução global da inteligência artificial (IA) e na transformação do RS por meio do potencial econômico da infraestrutura digital. Com a assinatura do documento, o estado assume o compromisso de viabilizar a estrutura do ponto de vista governamental, criando o primeiro distrito industrial de data centers do país.

A Scala AI City será implantada em uma área estratégica em Eldorado do Sul, na Região Metropolitana de Porto Alegre. A escolha do local se deve à sua segurança comprovada em relação a desastres naturais (inclusive diante de eventos climáticos), à abundante oferta de energia elétrica e à capacidade imobiliária que permite uma expansão contínua por décadas.

O empreendimento será interligado ao data center SPOAPA01 da Scala, localizado em Porto Alegre, que se beneficia de uma infraestrutura de conectividade de baixa latência e uma posição estratégica para integração com grandes hubs globais. A futura conexão com o cabo submarino Malbec, que conecta São Paulo, Rio de Janeiro e Buenos Aires, com previsão de passar pela capital gaúcha, oferece uma vantagem competitiva ímpar. Assim, a localização assegura escalabilidade, alta resiliência e continuidade operacional.

"O anúncio de um investimento em uma região tão afetada pelas enchentes já é extremamente significativo, mas vai além disso. Trata-se de um investimento inicial de R$ 3 bilhões que tem o potencial de alcançar R$ 500 bilhões quando plenamente concretizado. Precisamos ser ambiciosos e ousados neste projeto, não apenas sonhando, mas trabalhando ativamente para sua realização. Nosso compromisso é atuar diligentemente em âmbito nacional para criar um ambiente regulatório favorável aos data centers e às questões ligadas à inteligência artificial", garantiu o governador Eduardo Leite. "Este momento é como uma onda que nos oferece a chance de ser surfada, mas é passageira. Se não construirmos imediatamente este ambiente favorável, corremos o risco de ver a transição energética acontecer em outros países, deixando-nos para trás. Agir agora é crucial para garantir que o Brasil não fique no final da fila nesta importante transformação global", concluiu.

Para o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Ernani Polo, o anúncio demonstra que o mercado de tecnologia no RS é atrativo e está em expansão. "Nós somos um estado inovador, com muitas iniciativas voltadas para a área tecnológica. O investimento da Scala comprova que o estado tem muito a oferecer ao setor, como a proximidade com os países do Mercosul e um ambiente de negócios favorável", disse.

"Hoje, damos um passo monumental para o futuro digital da América Latina com a criação da Scala AI City. Este projeto, fruto de uma parceria visionária com o governo do Rio Grande do Sul, representa um investimento inicial de R$ 3 bilhões e a construção do que pode ser o maior e mais inovador empreendimento de infraestrutura digital do continente. Estamos não apenas elevando o Brasil a um novo patamar tecnológico, mas também impulsionando a recuperação econômica e social do estado, gerando milhares de empregos e promovendo o desenvolvimento sustentável de diversas indústrias. A Scala AI City será um marco de inovação, posicionando o Rio Grande do Sul e o Brasil como líderes globais na revolução da inteligência artificial. Este é um momento histórico que redefine o futuro da tecnologia e da economia na região, com o potencial de mudar o futuro de nosso país", afirma Marcos Peigo, CEO e cofundador da Scala Data Centers.

A construção da Scala AI City gerará mais de 3 mil novos empregos diretos e indiretos na primeira fase, além de movimentar um vasto ecossistema envolvendo setores como energia, construção civil, telecomunicações, entre outros, com a criação de milhares de postos de trabalho que impulsionarão o desenvolvimento econômico da região. A Scala está comprometida em privilegiar mão de obra e fornecedores locais, promovendo o desenvolvimento socioeconômico das comunidades ao redor do projeto, bem como a atração de empresas de sua cadeia fornecedora para a região.

A capacidade inicial de TI da Scala AI City será de 54 MW, o que é cerca de sete vezes superior à capacidade dos centros de dados atualmente instalados na Grande Porto Alegre e maior do que a de mercados como o da Argentina e do Uruguai. Além disso, o potencial de expansão é massiva, podendo chegar a 4.750MW distribuídos em mais de 7 milhões de metros quadrados, fazendo do novo campus uma oportunidade única para o Brasil se consolidar como um dos líderes globais no cenário da tecnologia da informação.

O projeto utiliza o design FutureProof, permitindo a instalação de racks que suportam cargas de trabalho intensivas em treinamento de IA, com capacidades crescentes e superiores a 150 kW, em contraste com os 20 kW ou menos voltados para outros usos. O sistema também prevê o uso de liquid cooling — um método de resfriamento por fluido refrigerante que oferece maior eficiência energética para esse tipo de aplicação.

A sustentabilidade será um pilar central do empreendimento, que contará com 100% de energia renovável e certificada e adotará tecnologias de ponta para minimizar seu impacto ambiental. Com o auxílio do clima mais ameno do sul do Brasil, os data centers serão mais eficientes e terão um PUE (Power Usage Effectiveness, que mede a eficiência energética) não superior a 1.2, o mais baixo da América Latina, e um WUE (Water Usage Effectiveness) de zero – ou seja, não utilizarão troca de água em seus sistemas de refrigeração.

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