Explosão nos ataques a aplicativos Web e APIs: tendências e soluções

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Um desafio atual no cenário de cibersegurança são as ondas de ataques direcionados aos aplicativos da Web e APIs. Nos últimos 18 meses, mais de 108 bilhões de ataques a APIs foram registrados, evidenciando tanto a vulnerabilidade dessas interfaces quanto o avanço das táticas dos invasores, conforme o relatório da Akamai "Digital Fortresses Under Siege". Uma tendência preocupante é o aumento dos ataques DDoS (Distributed Denial of Service) via DNS (Domain Name System), que se tornaram uma ferramenta comum para sobrecarregar servidores e interromper serviços.

Ataques a APIs e aplicativos Web

Com a grande popularidade das APIs no desenvolvimento de aplicações modernas, em nuvem e em sistemas de microserviços, os ataques cibernéticos têm aumentado. Quando mal configuradas ou sem a proteção adequada, as APIs podem expor dados sensíveis, resultando em sérias violações de segurança. Entre os métodos de ataque mais comuns, estão as injeções de código malicioso, como SQL e XML, além da exploração de falhas relacionadas à autenticação e autorização.

O registro de mais de 108 bilhões de tentativas de ataque sublinha a vulnerabilidade das APIs em um mundo cada vez mais interconectado. As consequências de uma violação incluem comprometimento de dados confidenciais, roubo de identidade e interrupção de serviços, gerando impactos financeiros e reputacionais significativos.

Tendências emergentes em ataques DDoS por DNS

Os ataques DDoS via DNS estão se tornando uma ameaça emergente. Esses ataques exploram a infraestrutura de DNS, inundando servidores com tráfego malicioso, o que impede a resolução de nomes de domínio e torna os serviços indisponíveis para os usuários legítimos.

Um ataque DDoS bem-sucedido pode ser devastador, não apenas interrompendo operações, mas também abrindo caminho para explorações secundárias, como ataques man-in-the-middle ou de phishing.

Mitigação e boas práticas

Para enfrentar essas ameaças, é essencial adotar uma defesa em camadas e implementar medidas proativas. Algumas práticas recomendadas incluem:

Adequação de controle de acesso: Para restringir acessos indevidos, é indicado utilizar autenticação forte e autorização baseada em papéis (RBAC).

Monitoramento contínuo: O uso de ferramentas de análise de tráfego é recomendado para identificar padrões anômalos e detectar tentativas de ataque em tempo real.

Rate limiting e quotas: Devem ser implementadas políticas para limitar o número de requisições, evitando sobrecarga.

Firewalls e gateways de API: Ao utilizar WAFs e gateways de API, é possível inspecionar e filtrar o tráfego, protegendo contra injeções de código e outras ameaças.

Já em casos de ataques DDoS, as medidas propostas incluem soluções especializadas, capazes de identificar e neutralizar o tráfego malicioso antes que ele sobrecarregue o sistema. O uso do DNS Seguro (DNSSEC) para proteger contra manipulações e ataques de envenenamento de cache, enquanto as redes de distribuição de conteúdo (CDNs) ajudam a distribuir a carga e absorver ataques volumétricos.

Desafios futuros

Com a crescente evolução das ciberameaças, setores como o financeiro, a saúde e o varejo, que lidam com grandes quantidades de dados sensíveis, estão investindo em soluções avançadas de segurança, como inteligência artificial e machine learning, para detectar e prevenir ataques de maneira proativa.

Porém, um grande desafio é acompanhar a rapidez com que os cibercriminosos inovam. Tecnologias emergentes, como criptografia quântica, arquitetura de segurança zero trust e protocolos como HTTP/3, estão sendo exploradas, embora ainda estejam em processo de amadurecimento.

É fundamental que ocorra a integração de normas globais de segurança e a colaboração entre empresas e governos para mitigar novos tipos de ataques, além de sensibilizar os desenvolvedores sobre a importância de criar soluções seguras desde o início.

Marco Machado, diretor da Teki.

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