Milhares de dados, informações e detalhes de milhões de pessoas passam todos os dias pelo sistema de fiscalização e controle tributário da Secretaria de Estado da Fazenda do Paraná. São 345 milhões de documentos por mês, sendo 200 milhões de notas fiscais emitidas e 145 milhões de notas fiscais recebidas via escrituração fiscal digital (EFD). Como, então, organizar essa enorme quantidade de informações para que a análise de dados da malha fiscal seja feita de maneira rápida e exata? E, mais ainda, como aumentar a transparência dos dados da arrecadação de impostos? A solução foi investir em analytics e a resposta foi a plataforma analítica da Microstrategy.
Segundo Glauco Oscar Ferraro Pires, da Assessoria e Gerência do Ambiente Analítico — AGAA da SEFA/PR, há alguns anos, a instituição sofria com uma defasagem tecnológica no que dizia respeito à análise de dados no Fisco paranaense e isso ficou ainda mais evidente com a solidificação do cenário digital no mundo tributário brasileiro.
"Os documentos fiscais eletrônicos e a escrituração fiscal digital já eram uma realidade e, para que as funções de fiscalização e controle tributário fossem desempenhadas a contento e, principalmente, para que não houvesse um colapso financeiro do Estado, enxergamos claramente a necessidade de nos capacitarmos para conseguir armazenar, processar e, mais importante, analisar os documentos e livros fiscais digitalmente. Uma vez que todos esses passaram do papel para o meio eletrônico", explica.
A implantação da plataforma analítica da MicroStrategy com funcionalidades de data-discovery trouxe para os usuários a capacidade de fazer sua própria análise de dados em uma interface bastante amigável, mudando completamente a rotina desses auditores. "Com o self-service BI, pela primeira vez na nossa história, todos os auditores fiscais passaram a acessar de forma ampla e eficiente todos os dados produzidos pelos diversos sistemas corporativos. Os profissionais passaram a extrair informações e fazer suas análises, o que, aliás, é algo que tem cativado bastante os usuários, que adoram criar seus próprios relatórios".
Desde o início da implantação em 2013, o Paraná vem ganhando destaque na arrecadação tributária no Brasil, tendo aumentado a sua participação no grupo dos cinco maiores arrecadadores de ICMS (SP, MG, RJ, RS, PR) de 8,22% para 9,96%. A sua participação na arrecadação de ICMS, quando comparada aos cinco estados, cresceu em 21,23% desde a implementação do analytics.
Alguns programas, como o Autorregularização e Acompanhamento de Devedores Contumazes, além das auditorias fiscais executadas, processos esses que são inteiramente sustentados nessa infraestrutura analítica, já renderam aos cofres públicos mais de um bilhão de reais. Além do retorno financeiro direto, a SEFA/PR passou a ter também uma maior eficiência nas atividades do Fisco, já que praticamente todos os processos relacionados à fiscalização são feitos utilizando a análise de dados da MicroStrategy.
Os dados da arrecadação de impostos tornaram-se mais transparentes e os auditores elevaram o conhecimento sobre suas atividades, reduzindo, e muito, o tempo de realização de uma auditoria fiscal e obtendo, assim, uma maior eficiência operacional.
O uso do analytics permitiu também a instituição de malhas fiscais automáticas com cruzamentos massivos de dados — dezenas de bilhões de registros são cruzados diariamente em menos de uma hora –, que identificam rapidamente possíveis infrações e apontam os indícios aos gestores, em painéis e relatórios amigáveis, permitindo uma rápida e cirúrgica tomada de decisão para o direcionamento eficiente dos trabalhos fiscais.
Por parte dos auditores, tempo de fiscalização reduzido, atualização diária dos dados, democratização do acesso à informação, análise de dados aprofundada, apuração rápida das irregularidades dos contribuintes e criação de relatórios completos foram os principais destaques. E até mesmo a área administrativa da Secretaria de Estado da Fazenda do Paraná está se beneficiando com a solução da MicroStrategy.
Painéis de acompanhamento de processos administrativos permitiram identificar até mesmo processos que já poderiam estar arquivados, mas que continuavam em aberto. Para um futuro muito breve, a SEFA/PR pretende que os trabalhos de auditoria sejam facilitados por novos cruzamentos de informação das várias bases de documentos preparados na forma de indicadores fiscais. E, dessa forma, a fiscalização poderá ser otimizada pela indicação automática de quais empresas devem ser fiscalizadas.