População está otimista em relação à renda e espera aumento na disponibilidade de crédito

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O Estudo Consumer Pulse, realizado trimestralmente pela TransUnion, empresa global de informações e insights que atua como DataTech, revela que 60% dos consumidores brasileiros entrevistados consideram suas finanças domésticas no primeiro semestre de 2024 melhores ou de acordo com o planejado. A pesquisa indica uma crescente onda de confiança e otimismo em relação às finanças e ao futuro econômico, com 77% das pessoas participantes do estudo na expectativa de aumento na renda nos próximos 12 meses, em especial entre membros da Geração Z e famílias de baixa renda.

A importância do crédito na vida dos consumidores aparece no estudo como um consenso, com 94% das pessoas entrevistadas acreditando que ter acesso a produtos de crédito e empréstimo é essencial para alcançar objetivos financeiros. Esse sentimento é forte entre todas a gerações, especialmente Millennials (97%), entre 27 e 42 anos; e Geração Z (95%), entre 18 e 26 anos. Pessoas da Geração X, entre 43 e 58 anos, e os Baby Boomers, acima de 59 anos, aparecem na sequência, ambos com 89%.

Entretanto, há disparidade significativa entre aqueles que consideram importante ter acesso ao crédito e aqueles que realmente o têm. Apenas 47% dos consumidores consideram ter acesso suficiente ao crédito. A Geração Z é a que demonstra maior insatisfação, com apenas 37% afirmando ter acesso suficiente ao crédito e a empréstimos. Na sequência, 49% de Millennials e pessoas da Geração X acreditam ter acesso suficiente a produtos de crédito.

"O mercado de crédito no Brasil ainda conta com milhões de pessoas não atendidas ou invisibilizadas por falta de histório financeiro. O acesso insuficiente a produtos de crédito para pessoas da Geração Z, por exemplo, formada por jovens que estão iniciando suas atividades econômicas e, consequentemente, com pouco ou nenhum histórico de crédito, mostra que há uma demanda reprimida. "A inteligência analítica aplicada aos dados do cadastro positivo e aos dados alternativos pode apoiar muito as empresas que querem ampliar sua participação de mercado nestes segmentos. Especialmente a disponibilidade de dados de utilities e de telecomunicações contribuem ainda mais para criar uma visão mais completa e personalizada do potencial de consumo dessas pessoas, para que possam ter acesso a bens e serviços e iniciar a construção de seus perfis de crédito", afirma Claudio Pasqualin, Chief Product Officer (CPO) da TransUnion Brasil.

Otimismo e adoção de serviços digitais

O otimismo em relação às finanças familiares neste ano para 73% dos consumidores se reflete na expectativa de gastos para os próximos meses: 30% dos entrevistados devem gastar mais em compras de roupas e eletrônicos em lojas físicas ou on-line, 29% querem ampliar gastos facultativos em alimentação fora de casa, viagem e entretenimento; 27% pretendem investir em grandes aquisições, como carros e eletrodomésticos; e 25% consideram adicionar assinaturas ou serviços digitais, como TV a cabo e internet.

Os grupos mais otimistas quanto ao aumento de seus rendimentos este ano foram a Geração Z (86% vs. 79% no 2º trimestre de 2023), as famílias de baixa renda (83% vs. 73%) e os Millennials (82% vs. 77%). Esses mesmos grupos também incluem em seus planos solicitar novo crédito ou refinanciar o crédito existente: Geração Z (41%), Millennials (39%) e 39% das famílias com renda mensal entre R$ 3 mil e R$ 4.999.

"O crédito é uma porta de entrada tanto para esses consumidores ávidos por acesso ou expansão do crédito existente, como para instituições financeiras, que tem a possibilidade de conhecer mais as demandas desses consumidores e fazer ofertas adequadas às suas necessidades, gerando inclusive oportunidades de fidelização", analisa Helena Leite, Market Planner da TransUnion Brasil.

Agilidade e digitalização bancária

A digitalização bancária impulsionou as decisões de crédito, com 82% das pessoas entrevistadas afirmando que a aprovação em tempo real é um fator decisivo ao solicitar um novo empréstimo digital. "Consumidores na era digital tem como expectativa agilidade no atendimento, com respostas preferencialmente real-time, além de personalização nas recomendações e experiência fluída nos pontos de contato. O uso de inteligência de dados e hiperpersonalização a partir de plataformas de execução estratégica contribuem nesse processo de entregar a oferta certa, para o cliente correto, no momento em que ele precisa", observa Pasqualin.

Além disso, 67% dos consumidores planejam obter um empréstimo ou cartão de crédito de uma FinTech ou de um banco digital, refletindo crescimento de quatro pontos percentuais em relação ao primeiro trimestre de 2024. Qualquer entidade que apresente taxas mais baixas para empréstimo digital está entre as preferências de 30% das pessoas entrevistadas, passando na frente inclusive dos bancos tradicionais, que são os escolhidos por apenas 23% dos consumidores com os quais já possuem relacionamento.

Os dados também mostram que 69% das pessoas que participaram do estudo já possuem cartão de crédito, 42% têm empréstimo pessoal, e 27% têm uma conta e/ou cartão de crédito em uma loja de varejo.

Principais preocupações econômicas

Entre os destaques desta edição, as três principais preocupações que afetam as finanças domésticas dos consumidores brasileiros são a inflação de produtos de uso diário (64%), como mercadorias do dia a dia e utilities, emprego (54%) e taxas de juros (49%). Mais de um quarto (27%) das pessoas entrevistadas disse que sua renda diminuiu nos últimos três meses, com 52% desses relatando que a renda familiar não está acompanhando a taxa de inflação.

Esses números despertam novas reflexões em relação aos desafios que se unem às dívidas e às soluções que os consumidores buscam para lidar com essas situações. Cerca de um terço (34%) acredita que não conseguirá pagar integralmente suas contas e empréstimos atuais, número que sobe para 55% entre as famílias de baixa renda. Os planos para ajudar a pagar as contas incluem assumir um trabalho temporário (37%), pagar um valor parcial das dívidas (24%) e refinanciar ou renegociar os pagamentos (24%).

Fraudes e Segurança

As preocupações com fraudes e golpes vão além das finanças: 69% dos entrevistados temem o roubo de identidade e utilização das suas informações por criminosos. A prevalência de ameaças cibernéticas aumentou, com 46% das pessoas preocupadas com violações de dados e 35% com fraudes de cartão de crédito. Entre aqueles que disseram ter sido alvo, 33% dos consumidores afirmaram ter sido vítimas por meio do golpe do PIX.

"Com o surgimento quase que diário de novos golpes, é fundamental que empresas tenham estratégias de prevenção a fraudes tanto para proteger seus negócios como para ofertar aos seus clientes experiências seguras e confiáveis. Isso significa ter processos de autenticação claros e seguros nas diferentes etapas da jornada do cliente, com fluidez e simplificação para manter a agilidade e user experience determinantes para a era digital", conclui Pasqualin.

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