Quando consideramos nosso uso diário do reconhecimento facial e da digitalização da impressão digital, seríamos perdoados por pensar sobre um futuro distante com carros voadores e robôs. Embora o universo dos veículos voadores ainda possa estar um pouco distante, a realidade é que a tecnologia biométrica já chegou para ficar, e já estamos muito acostumados a usá-la. Nos últimos 20 anos, temos digitalizado nossas impressões digitais e rostos no controle de fronteiras, usado nossa impressão digital para obter acesso a edifícios no trabalho e em casa e tirado proveito dos recursos Touch ID e Face ID da Apple.
A alternativa robusta ao seu PIN
Agora, a impressão digital está sendo introduzida na esfera bancária e de pagamentos, com o desenvolvimento de cartões EMV biométricos. Eles eliminam a necessidade de um código PIN tradicional/senha, à medida que o vemos sendo substituído por um scanner de impressão digital integrado. Para pagar por compras, basta os clientes aproximarem suas impressões digitais sobre o sensor na superfície do cartão. Em seguida, se a impressão digital armazenada no cartão corresponder à impressão do usuário que está tentando fazer um pagamento, a transação é autorizada. Se, por algum motivo, a impressão digital não for registrada, o código PIN estará disponível como uma opção secundária.
Embora isso tenha benefícios óbvios do ponto de vista da conveniência, a eliminação da necessidade de lembrar códigos PIN/senhas ou limites nas transações sem contato, por exemplo, trouxe naturalmente novas preocupações quanto à segurança. Assim como ocorreu quando cartões bancários e de crédito on-line surgiram, nós, como sociedade, estamos um tanto hesitantes em confiar nas mudanças na forma como lidamos com o dinheiro. Na verdade, nossa recente pesquisa mostra que 88% dos consumidores britânicos afirmaram que, para substituir seu cartão atual, o novo teria que ser mais seguro. Já 68% afirmaram que ele deveria ser fácil de usar e 60% disseram que ele deveria simplificar sua vida. Mas esses cartões são o futuro, revolucionando a forma como pagamos ao tornar nossas transações muito mais seguras e convenientes.
Em um ambiente em que podem ocorrer violações cibernéticas de cartões de crédito, como o ataque Equifax no ano passado, a preocupação com alterações em nossos dados pessoais é natural. No entanto, a impressão digital nos cartões EMV biométricos não é armazenada em um banco de dados central e, portanto, não está suscetível a brechas de dados, onde PIN e senhas podem ser recuperados. Os dados da impressão digital dos clientes são armazenados apenas no próprio cartão e, portanto, não podem ser acessados ??por hackers nos servidores.
Acabando com os mitos
Desde o início, os cartões EMV biométricos têm segurança integrada no projeto. Esta é a maneira mais fácil de garantir que esses cartões bancários são capazes de proteger os consumidores contra as ameaças bancárias e cibernéticas do século XXI.
O mito mais comum é que o leitor de impressões digitais não é mais seguro que o PIN porque as impressões digitais podem ser facilmente reproduzidas. Isso é totalmente falso. A solução avançada dentro do cartão não pode ser enganada por uma mera reprodução 2D da sua impressão. Além disso, a tecnologia usada para produzir o scanner somente evoluirá e se fortalecerá com o passar do tempo. À medida que a tecnologia melhora, o mesmo acontece com as leituras das impressões digitais, permitindo uma captura mais clara e detalhada que pode, inclusive, incluir os poros da pessoa na superfície da pele, tornando a solução resistente a ataques, inclusive os muito sofisticados. O cartão também pode ser cancelado remotamente por um banco, assim como um cartão de débito ou de crédito normal.
Outro mito que muitas vezes causa preocupação é que ter sua impressão digital registrada em seu cartão é outra maneira do governo espioná-lo. No entanto, como não há base de dados central, os dados do cliente somente são armazenados de forma segura dentro do cartão. Não são compartilhados com mais ninguém.
Os temores de que um hacker ainda assim possa ter acesso e comprometer os dados dentro do chip, apesar de não existir uma base de dados, também são equivocados. A criptografia de alto nível do chip garante que o cartão pode resistir a tentativas robustas de acessar seus dados. Além disso, qualquer preocupação de que uma mudança na impressão digital ou que uma impressão suja ou molhada poderia impedir que o cartão funcionasse também é equivocada. O leitor do cartão foi projetado para não ser afetado por alterações na sua impressão. Além disso, se por qualquer motivo a impressão não for aceita no ponto de venda, o cartão aceita um código PIN como uma forma secundária de verificação da identidade.
Por fim, os cartões EMV biométricos são o futuro dos pagamentos dos consumidores, proporcionando transações de pagamento fáceis, convenientes, confiáveis ??e seguras. A tecnologia por trás do cartão EMV não é estática, e só irá evoluir para se tornar cada vez mais forte e segura. Quando você considera o que os consumidores querem – segurança, conveniência, algo que simplifique a sua vida – o cartão EMV biométrico, em última análise, atende a todos esses desejos.
Fred Martinez, diretor de Biometria e Pagamentos Avançados da Gemalto.