As fortes chuvas que atingiram a região serrana do Rio de Janeiro na madrugada desta quarta-feira, 12, além de terem provocado a morte de mais de 100 pessoas, deixaram boa parte da população sem serviços de telecomunicação fixa e móvel. As cidades mais afetadas são Teresópolis, Petrópolis, Nova Friburgo e Itaipava.
Em razão de um deslizamento, houve rompimento de um cabo de fibra óptica da Oi, que atende não apenas aos serviços da concessionária, mas também serve de backbone para outras operadoras, como a TIM. Paralelamente, houve falta de energia elétrica, o que prejudicou a operação de todas as redes móveis. As ERBs contam com baterias auxiliares para fornecimento de energia, mas sua autonomia costuma ser de aproximadamente quatro horas. No começo da tarde a energia foi restabelecida em Teresópolis, mas até o começo da noite ainda faltava luz em alguns bairros de outras cidades da região serrana do Rio.
As enchentes e os deslizamentos tornam difícil o acesso dos técnicos das teles aos pontos de rede danificados. O presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, disse, em passagem por Brasília, que a empresa está utilizando helicópteros para deslocar seus funcionários na área atingida pelas chuvas. Ainda não há previsão de quando os serviços de telecomunicações voltarão a funcionar plenamente na região.
A Oi informou que "aguarda a melhoria das condições de deslocamento nas localidades atingidas para avaliar com mais precisão a extensão dos danos" e que "até o momento não é possível fazer previsão para o restabelecimento dos serviços que foram afetados pelas fortes chuvas que determinaram o estado de calamidade na região".
A Claro reconheceu que "parte dos assinantes de Nova Friburgo e Teresópolis está com dificuldades para originar e receber chamadas desde a madrugada de hoje, 12 de janeiro" e afirmou que está trabalhando para restabelecer o serviço "o mais rápido possível". A Vivo informou que "em Nova Friburgo e adjacências as equipes locais da Vivo trabalham desde a madrugada em parceria com órgãos da Prefeitura, Defesa Civil e concessionárias de energia elétrica para minimizar os transtornos e restaurar integralmente os serviços". E a TIM, em comunicado, escreveu: "em função de falhas nos equipamentos da empresa provedora de meios de transmissão, clientes de algumas localidades da região serrana do Rio de Janeiro podem encontrar dificuldades para efetuar e receber ligações, e trafegar dados. A operadora já acionou o parceiro para normalização dos serviços". A rede da Intelig não foi afetada pelas chuvas.
Teresópolis
TELETIME News conseguiu contato com uma moradora de Teresópolis, a aposentada Lúcia Miranda, através de seu telefone fixo, da Oi, que não sofreu interrupção do serviço, o que demonstra que a pane de telecomunicações não foi geral na cidade. Ela relata que no meio da tarde conseguiu realizar ligações para alguns números móveis da TIM e da Oi. Lúcia descreve da seguinte maneira o cenário de destruição em que se encontra Teresópolis: "De manhã a cidade parecia morta. Estava completamente vazia, as lojas quase todas fechadas. Há cinqüenta anos não chovia tão forte por aqui."
Incêndio
Essa é a segunda tragédia em menos de um mês a afetar significativamente as redes de telecomunicações brasileiras. Em 21 de dezembro passado, um incêndio em uma central telefônica da Oi em Salvador provocou a interrupção de serviços de telefonia fixa e banda larga em seis estados do Nordeste, calando cerca de 29 mil linhas fixas. Em caráter provisório e emergencial, a empresa distribuiu 18 mil telefones celulares e 8 mil modems 3G para usuários afetados. A maior parte da rede fixa atingida já voltou a funcionar e uma nova central telefônica foi construída. No momento, ainda falta restabelecer o serviço em 12,6 mil linhas, o que deve acontecer gradativamente até o dia 20 de janeiro, promete a companhia.
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