O Google, que chegou à China há cerca de dois anos e que nesse período travou várias de quedas-de-braço com o governo chinês por causa de questões envolvendo a liberdade de expressão e ataques a seu site, dá como encerrada a fase "beligerante" e agora se prepara para reforçar a presença no país de olho no gigantesco mercado de internet local. O gigante das buscas está contratando engenheiros, representantes de venda e gerentes de produto para introduzir novos serviços aos usuários.
Com a expansão, o Google busca especialmente introduzir o Android Market, a loja de aplicativos para seu sistema operacional ainda não disponível na China. Além disso, pretende levar aos consumidores alguns serviços que não estão sob a tesoura da censura do governo chinês. Um deles é o serviço de buscas de descontos em lojas locais Shihui, lançado em setembro, explicou Daniel Alegre, executivo do Google na Asia, em entrevista ao The Wall Street Journal.
Para isso, a empresa vai revisar o termo no qual afirma que não admite controle do governo chinês. Após o ataque a seu site, em janeiro de 2010, a empresa passou a oferecer a buscas locais por meio de seu site hospedado em Hong Kong para tentar driblar a cesura chinesa. O serviço, entretanto, até hoje é alvo de constantes interrupções e erros devido ao controle das autoridades chinesas sobre a internet.
De acordo com Alegre, o Google está estudando seu enquadramento às leis locais para expandir os negócios e aumentar a receita no país. Hoje, o acesso a sites como Facebook e Twitter é proibido no país por representar uma "ameaça à sociedade", de acordo com o governo comunista. Para o Google, o elevado número de internautas chineses, estimado em mais de 550 milhões, significa uma imensa fonte de receita e justifica a mudança de postura.