Eletrônica de consumo tem a integração de dispositivos como desafio para casa conectada

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Com o avanço de múltiplos dispositivos sendo capazes de entregar conteúdos de vídeo e banda larga no ambiente doméstico, como set-top boxes, consoles de vídeo game, caixas over-the-top (que funcionam conectadas à Internet), tablets e smartphones, a interoperabilidade entre eles começa a se tornar crítica, tanto para a indústria de equipamentos quanto para os provedores de serviço. Esse foi o tema de um dos debates durante o CES 2012, evento de eletrônica de consumo que aconteceu esta semana, em Las Vegas.

Para David Grubb, vice-presidente de estratégia e arquitetura para experiências convergentes da Motorola Mobility, todos os dispositivos têm como desafio o ambiente em que tudo funcionará sobre redes IP. Para Brian Miller, diretor de desenvolvimento de negócios da Western Digital (fabricante de drives de armazenamento), "as pessoas estão passando da fase em que querem simplesmente armazenar conteúdos digitais como vídeos e músicas para a fase em que a distribuição desses conteúdos por múltiplos dispositivos é fundamental."

Para George Tupy, gerente de marketing de produtos da Cisco, o ambiente da casa conectada é apenas um lado da equação. "O outro lado é a nuvem, ou seja, aquilo que terá que acontecer na rede". Ele lembra que ainda que muitos dispositivos estejam conectados hoje no ambiente doméstico, nem todos fazem bem todas as coisas. "A TV, por exemplo, é mais um dispositivo de consumo de conteúdo, enquanto um iPad, num ambiente doméstico, é mais um dispositivo de navegação entre múltiplos conteúdos".

Para a Intel, a indústria precisa pensar cada vez mais em padrões abertos de comunicação doméstica. Sandip Mandera, gerente de software da fabricante de chips, afirma que "é preciso buscar esses padrões em todos os dispositivos para que a experiência de consumo de conteúdos em vários dispositivos seja mais simples para o usuário". Ele citou padrões como Wi-Fi, DLNA e MPEG 4 como alguns dos padrões que estão dominando as plataformas de distribuição, empacotamento e codificação dos conteúdos.

Sistemas operacionais

Uma das questões que começam a ser discutidas relacionadas ao ambiente da casa conectada é se os diferentes dispositivos terão um ambiente de sistemas operacionais comuns, por exemplo, rodando os sistemas operacionais que hoje dominam o mercado de smartphones e tablets, como Android do Google, iOS da Apple ou Windows Mobile da Microsoft. Para David Grubb, essa será uma tendência caso isso traga vantagens para os usuários, mas ainda é cedo para prever. Perguntado por este noticiário sobre o impacto que a aquisição da Motorola Mobility pelo Google terá no desenvolvimento dos set-tops de TV por assinatura da Motorola (hoje a empresa é uma das maiores fabricantes de caixas do mundo, dominando principalmente o mercado norte-americano), Grubb disse que isso só ficará mais claro depois que a transação for aprovada. "Por enquanto, não podemos dizer que as caixas da Motorola terão Android, nem que não terão", disse. Vale lembrar que quando o Google anunciou a aquisição da Motorola Mobility, o foco das sinergias anunciadas estava nas patentes para dispositivos móveis e na capacidade da empresa de produzir tablets e smartphones, mas nada foi dito sobre a importante atividade de fabricação de set-tops para TV paga.

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