O Brasil tem potencial para reduzir em aproximadamente 27% as emissões de dióxido de carbono (CO2) até 2020 e, assim, diminuir o lançamento de gases do efeito estufa por meio do uso das tecnologias da informação e comunicações, segundo o Índice de Sustentabilidade de TIC elaborado pela IDC, que classifica as nações do G20 (grupo de países desenvolvidos e emergentes) de acordo com sua capacidade de reduzir emissões de gases com o uso de TICs. O país fica atrás somente do Japão e dos Estados Unidos, dividindo o terceiro posto do ranking com França, Alemanha e Reino Unido e destacando-se entre os países emergentes.
De acordo com o estudo, o uso intensivo de tecnologia pode contribuir com uma redução de mais de 25% na quantidade de emissões anuais de CO2 até 2020, em comparação com os níveis de 2006. "O bom momento pelo qual passa a economia brasileira vem atraindo atenção de todos os países e mercados, e o Brasil passa a ter um papel de maior relevância na economia mundial. Consequentemente, seu peso e a responsabilidade pela redução dos gases de efeito estufa aumentam também", comenta Roberto Gutierrez, diretor de consultoria da IDC Brasil.
O analista avalia que o país vai atrair inúmeros investimentos nos próximos anos, e uma porção substancial deles deverá ser relacionada a iniciativas sustentáveis, acelerando o uso de tecnologias que irão propiciar a otimização do uso de energia.
O relatório especial da IDC examinou o potencial de 17 tecnologias para reduzir as emissões de CO2 nos quatro principais setores econômicos (geração e distribuição de energia, transportes, indústria e construção) nas nações do G20. Os setores de transportes e indústria são apontados como os de maior potencial de redução de emissões de gases estufa no Brasil, que se posiciona no chamado "Tier 2", grupo de países em que a tecnologia, os processos e a infra-estrutura física são considerados relativamente avançados, e ao mesmo tempo possuem grande potencial de redução de emissões.
No setor de transportes, as soluções de TIC que suportarão a otimização da logística e das cadeias de suprimento constituem a maior oportunidade de redução de carbono (37%), mais inclusive do que a média dos países pertencentes ao Tier 2 (25%). Em seguida, aparecem as soluções de otimização do transporte privado, que são responsáveis por 12% do total de reduções em 2020. Alguns fatores por trás desses números são a diminuição de viagens devido ao trabalho remoto, veículos eficientes e sistemas inteligentes de tráfego.
Na indústria, o emprego de controladores inteligentes de motor deve prover substanciais oportunidades para redução de emissão de dióxido de carbono, totalizando 14% das reduções totais (comparado com 5% dos países do Tier 2) em 2020. Melhorias na automação dos processos industriais e economias derivadas do uso de impressão digital comercial deverão corresponder a 6% e 2% respectivamente das reduções.
O estudo levou em conta fatores como população e dados do PIB (Produto Interno Bruto), correlacionando o perfil de energia de cada país com o seu padrão de investimentos e gastos para ajudar as metas de mudança climática. Fatores específicos de TIC também foram considerados, para avaliar a capacidade efetiva de um país de alavancar a tecnologia para diminuir as emissões de carbono.
- Meio ambiente