O mercado brasileiro de comércio eletrônico ainda está muito longe de se consolidar e se adequar às necessidades dos consumidores. A avalição é do diretor executivo da Vialog, empresa de logística do grupo RBS, Ricardo Hoerde, para quem o e-commerce nacional ainda sofre com a falta de profissionalismo das pequenas empresas e com políticas pouco afinadas com os clientes por parte dos grandes grupos.
Segundo o executivo, cuja empresa atende 700 cidades, entre a região Sul, Rio de Janeiro e São Paulo, enquanto as grandes cadeias de varejo na internet se precipitam em vender mais do que podem fornecer, sem se preocupar com sua capacidade de entrega, as pequenas têm de lidar com falta de estrutura e conhecimento do negócio.
"É muito simples: o e-commerce é tecnologia e logística. Enquanto isso não for entendido, não adianta", afirmou o executivo durante palestra na BITS 2011 – Business IT South America, primeiro evento da CeBIT no Brasil, organizado pela Deutsche Messe em parceria com a Converge Comunicações, realizado em Porto Alegre.
Hoerd defende que, no Brasil, ainda existe uma cultura de pequena empresa, acostumada a atender poucos clientes. Mas, com as compras pela internet, isso tende a acabar. Ele acha que, para que as empresas possam crescer, é preciso investir em software de gestão (ERPs), até mesmo para que se possa saber quais são os verdadeiros problemas das operações.
A Vialog, com receita de R$ 11,4 milhões no ano passado e uma média de 2,3 mil entregas de e-commerce por dia, por exemplo, gasta R$ 400 mil por ano com soluções de ERP terceirizadas, na nuvem. Isso, na visão do executivo, é o que fará a diferença entre as companhias que crescerão e as que quebrarão. "O momento, hoje, ainda é de muitas empresas, mas, no futuro, as melhores serão absorvidas pelas maiores, enquanto as menores desaparecerão", teoriza. "Meu único medo é que a banda larga chegue antes que isso aconteça."
- BITS 2011