O Google enfrenta um novo embate com órgãos reguladores europeus para proteção de dados pessoais. Desta vez, o gigante das buscas é acusado de violar as leis alemãs de proteção de dados ao compilar dados de usuários sem o consentimento dos mesmos, de acordo com Johannes Caspar, chefe do escritório de proteção de dados da cidade de Hamburgo. A comissão vai obrigar o Google a alterar a prática de manipulação de dados nas próximas semanas.
"Ao compilar os dados de seus diferentes serviços sob um único ID de usuário, o Google tem um acesso profundo ao perfil pessoal de seus usuários", disse Caspar, acrescentando que o Google pode ser multado se não mudar suas práticas. "O Google tem de respeitar o direito de autodeterminação dos seus usuários", completou em depoimento à Bloomberg.
Em março de 2012, o gigante das buscas implementou uma nova política de privacidade que condensou 60 políticas em uma, sobre o monitoramento e compartilhamento de dados de usuários do gmail, redes sociais, YouTube e outros serviços. No mesmo ano, a agência reguladora de proteção de dados da França (CNIL, na sigla em inglês) solicitou que o Google fizesse mudanças em sua nova política de privacidade na Europa, depois de ter encontrado problemas legais com a política de privacidade. No entanto, o Google não cumpriu o acordo firmado com a União Europeia, o que fez com que a CNIL adotasse sanções contra a empresa de buscas.
A maior multa que o Google já recebeu até o momento por um país europeu foi de US$ 1,4 milhão do órgão de proteção de dados da Itália, em abril deste ano, por ter gravado imagens de ruas italianas em 2010 com carros que não estavam identificados como sendo de seu serviço de mapas Street View. No ano passado, o órgão regulador de privacidade de Hamburgo, na Alemanha, multou a empresa em quase US$ 200 mil pelos carros do Street View terem coletado, entre 2008 e 2010, dados de usuários por meio de redes Wi-Fi.
