De acordo com o mais recente levantamento do Gartner, 55% dos Chief Executive Officers (CEOs) de empresas de tecnologia não estavam preparados para uma crise econômica como a causada pelo coronavírus. Com organizações de tecnologia de todo o mundo enfrentando os impactos da pandemia de Covid-19, mensurar a taxa de consumo de caixa ao longo do tempo pode ajudar os CEOs no cálculo da capacidade de suas organizações para sobreviverem à atual recessão.
A pesquisa do Gartner foi realizada de modo on-line entre dezembro de 2019 e fevereiro de 2020, mesmo período em que a primeira onda de casos de Covid-19 estava sendo relatada mundialmente – porém, antes de a doença ser declarada como uma pandemia global, fato que ocorreu em 11 de março de 2020. O levantamento ouviu 285 CEOs e líderes de companhias do setor de alta tecnologia da América do Norte, Europa e Ásia/Pacífico, com receita anual de até US$ 250 milhões.
"Enquanto a pesquisa constata que 43% dos CEOs do mercado de Tecnologia estavam preocupados com uma recessão econômica que impactasse o crescimento de receita nos próximos 12 meses, muitos executivos também relataram que atrasaram a tomada de medidas preventivas a essa eventualidade", afirma Patrick Stakenas, Diretor Sênior de Pesquisa do Gartner. "À medida que o financiamento e o capital disponível se tornam mais escassos nas semanas e meses seguintes, mesmo após a desaceleração do surto de COVID-19, as empresas de tecnologia terão que sobreviver com os clientes existentes e guardar recursos enquanto a situação atual de mercado persistir".
Como a economia atual continua ameaçando as receitas de curto e longo prazo para as organizações em todo o mundo, os CEOs do setor de tecnologia precisam tomar duas medidas imediatas para calcular seu potencial financeiro e, assim, determinar uma estratégia de sobrevivência.
Usar a taxa de consumo de caixa para calcular o potencial financeiro – A maioria dos CEOs da área de tecnologia acompanha o crescimento da receita e a lucratividade, mas apenas uma parcela mede a taxa de consumo de caixa. Essa falta de foco no caixa está levando a sérios problemas no fluxo de caixa das empresas durante a pandemia de COVID-19 e resultando em desaceleração econômica.
A taxa de consumo de caixa é calculada pela soma de todas as despesas operacionais – incluindo salários, aluguel e custos gerais – para obter a queima bruta de caixa, e de todos os pagamentos recebidos dos clientes para se obter a queima líquida de caixa. Isso mede os impactos totais dos custos em toda a organização e o uso de caixa.
"O fluxo de caixa é a principal medida de sucesso ou fracasso para as empresas nas circunstâncias atuais", explica Stakenas. "Os CEOs precisam medir seu fluxo de caixa semanalmente. Com uma previsão do 'pior cenário' em mãos, eles podem determinar os pontos críticos e avaliar a capacidade da empresa de sobreviver à COVID-19".
Determinar ações críticas para a sobrevivência – Se uma empresa possui menos de três meses de potencial de caixa, as chances de sobrevivência financeira são reduzidas. Para aquelas com três a seis meses de caixa, a sobrevivência exigirá um corte drástico de custos, aquisição de capital adicional ou venda da empresa. Se a corporação tiver mais de seis meses de caixa disponível, os CEOs deveriam adotar medidas imediatas para estender isso para, pelo menos, 18 meses, de forma a assegurar a sobrevivência a longo prazo e oportunidades para mais financiamento.
"As empresas com menos de 18 meses de potencial de caixa precisam eliminar todos os custos possíveis", diz o analista do Gartner. "A realidade é que organizações iniciantes, como startups, que precisam de dinheiro, terão que administrar seus negócios com muitas restrições para sobreviver".