Em um ano de análises de resultados preliminares de um projeto que utiliza tecnologia digital para economizar água, aplicado em dez propriedades cafeeiras na região de Linhares, no Espírito Santo, a Nestlé Brasil chegou a dados que mostram o quanto a tecnologia digital é uma parceira importante para o produtor rural.
A Companhia utiliza a ferramenta digital desenvolvida pela Agrosmart, agtech que utiliza tecnologia e design para trazer inteligência climática ao campo e implementar práticas ESG ao longo de toda a cadeia agroalimentar. Neste caso, a plataforma utiliza informações de 10 sensores de solo para medir a umidade, 10 pluviômetros que mensuram a quantidade de chuva, estação meteorológica que faz o monitoramento das condições atmosféricas, previsão do tempo e sistema de manejo do uso de água para orientar diariamente o produtor sobre a necessidade de irrigação da lavoura, assim como a quantidade ideal a ser utilizada. Diariamente, os cafeicultores beneficiados pelo programa recebem via WhatsApp as métricas obtidas através da tecnologia implementada e a recomendação para o período sobre a quantidade adequada e o tempo para acionar e desligar os sistemas de irrigação.
O projeto vem coletando dados, monitorando, reportando e verificando parâmetros ambientais, sociais e de governança desde 2019. Agora, reporta seus primeiros resultados consolidados considerando o fechamento fevereiro/2021 a abril/2022, a Companhia analisa a eficiência da iniciativa a partir dos dados obtidos e desenha práticas voltadas à conservação de água, além de avaliar como dar escala à iniciativa.
Com isso, considerando as 10 propriedades rurais, houve uma economia de 44 milhões de litros de água, o que representa uma redução de 56% no volume destinado à irrigação dessas fazendas parceiras. Na comparação com o manejo antigo, à base de turnos de rega, houve também uma economia de 63% no consumo de energia elétrica.
O objetivo do projeto é ampliar a eficiência hídrica ao otimizar o uso de água em regiões mais susceptíveis a períodos de seca, sendo fundamental para a produção de café Conilon no Espírito Santo — principal estado produtor da espécie, segundo dados do Censo Agro de 2017 do IBGE — e para a Nestlé, uma das maiores compradoras deste café no País.
Essa é uma iniciativa dentro do programa Cultivado com Respeito, que conta com técnicos agrícolas e agrônomos que trabalham com foco na sustentabilidade das propriedades rurais e na evolução do café conilon, oferecendo eventos como palestras e treinamentos técnicos, além de concursos de qualidade. Para esse projeto, foram consideradas propriedades familiares entre 5 e 20 hectares. "A gestão da água de forma eficiente é fundamental para criar soluções de negócios de longo prazo e impactar positivamente em práticas agrícolas mais sustentáveis e regenerativas", diz Rodolfo Clímaco, gerente de Agricultura na Nestlé Brasil. "Ao termos um conjunto de dados em tempo real, conseguimos otimizar o uso de água e incluir tecnologias digitais no dia a dia dos produtores rurais parceiros."
Os produtores participantes têm elogiado a economia e também a qualidade da lavoura. O produtor Douglas Peruchi, de Linhares, com mais de 25 anos de vivência com a cultura do café, conta que ao ter acesso a tecnologias digitais em seu dia a dia, e a um conjunto de dados em tempo real, conseguiu otimizar o uso de água e energia. "O uso consciente e correto do recurso na irrigação, associado a práticas de manejo, análises da umidade do solo e orientações para a adequada nutrição, tudo isso traz ganhos para economia de água e energia, mas também maior qualidade para a lavoura, com maior homogeneidade da produção", complementa.
Cultivado com respeito
Na cadeia do café, o Nescafé Plan — que no Brasil, ganhou o nome de Cultivado com Respeito –, é o maior programa de sustentabilidade de café no mundo. Na prática, o Programa Cultivado com Respeito mira a sustentabilidade e a melhoria contínua da qualidade: os agricultores aderem a um código de conduta que garante o controle de rastreabilidade, implementação de boas práticas agrícolas, sustentabilidade do negócio e a certificação. A Nestlé é a maior compradora de café sustentável e certificado no Brasil. Atualmente, a Nescafé compra 100% do seu café de origem certificada e possui total rastreabilidade em sua cadeia. Os produtores são certificados pelo 4C — o Código Comum da Comunidade Cafeeira –, o sistema número 1 do mundo para certificação de sustentabilidade e garantia do cultivo e processamento sustentável de café.
Metas para um futuro regenerativo
Em agricultura, para atingir a meta global da Companhia de ser net zero até 2050, será necessário acelerar a implementação de práticas agrícolas mais sustentáveis. Iniciativas como essa integram um amplo plano em regeneração e a jornada percorrida pela Nestlé dentro de seus compromissos em sustentabilidade no Brasil. A Nestlé Brasil, por sua representatividade e tamanho de mercado, atua para liderar a agenda de sustentabilidade no setor da alimentação e a transição para sistemas alimentares regenerativos em escala.
Dessa forma, são três pilares rumo à meta climática global de reduzir pela metade as emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2030 e atingir emissões líquidas zero até 2050: agricultura regenerativa, que gera impacto positivo por meio das principais cadeias fornecedoras, com foco em conservação, reabilitação e aumento de produtividade; circularidade, que reduz e elimina o desperdício na cadeia de embalagens; e bioeconomia, que valoriza os biomas brasileiros e suas comunidades por meio de negócios sustentáveis. Assim, foram definidas como metas para o Brasil até o ano de 2025: obter 30% das principais matérias-primas por meio de práticas regenerativas; coletar e reciclar o equivalente a todo o plástico colocado no mercado brasileiro; e conservar 300 mil hectares na Amazônia, gerando renda e promovendo educação para 4 mil pessoas.