O Centro de Estudos em Tecnologia de Informação para Governo (TecGov), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgou nesta segunda-feira (12/6) os resultados do 1º Ranking Nacional de Websites Municipais, pesquisa inédita no país que avalia os serviços, conteúdos e informações disponibilizadas pelos sites das prefeituras de cerca de 300 cidades brasileiras.
No ranking geral dos dez primeiros colocados, a cidade de São Paulo está em primeiro lugar, com 3,29 pontos, seguida por São Carlos (2,61), Curitiba (2,59), Ipatinga (2,58), Jaraguá do Sul (2,44), Foz do Iguaçu (2,40), Esteio (2,36), Navegantes (2,32), Bauru (2,30) e Cachoeiro de Itapemirim (2,26).
Entre os dez municípios que obtiveram as piores notas estão Riacho de Santana (0,42), Macapá (0,56), Astorga (0,58), São Gonçalo do Amarante (0,61), Barnabuiú (0,61), Entre Rios (0,62), Piripiri (0,62), São Gotardo (0,63), Santarém (0,63) e Victor Graeff (0,64).
A pesquisa constatou que as prefeituras estão muito aquém dos estágios viáveis de serviços de alto impacto para suas comunidades. ?Um dos principais problemas na administração pública de forma geral, e mais acentuada ao nível dos municípios, é a morosidade e a burocracia nos processos administrativos e de atendimento ao cidadão?, identifica Norberto Torres, professor do TecGov/FGV e responsável pelo projeto.
O objetivo do estudo foi analisar o estado atual de avanço do governo eletrônico em municípios brasileiros, por meio de uma amostra representativa. A pesquisa constatou que o Brasil está significativamente atrasado no uso de tecnologias de informação e comunicação no governo. Além disso, mostra o grande distanciamento entre o que as empresas privadas e os governos em países desenvolvidos já exploraram das tecnologias de diversas gerações e a situação de seu uso nos municípios brasileiros.
De acordo com professor, os investimentos no Brasil têm sido feitos em tecnologias já ultrapassadas, gastando-se recursos limitados em soluções que inviabilizam o salto para um nível mais avançado de serviços à sociedade. ?Esse salto poderia ser dado com o uso das novas tecnologias?, complementa. Ele comenta ainda que, ao deixar de adotar e explorar tecnologias de formas mais amplas e mais estrategicamente aplicadas, o governo acaba operando com baixa eficiência interna nas relações com a sociedade e nos serviços prestados, com altos custos econômicos. Esta situação leva à baixa competitividade da economia brasileira, com impactos sobre a renda e do nível de qualidade de vida de seus cidadãos.
Para a pesquisa, que teve o patrocínio da Software AG, empresa de tecnologia da informação, que visa a desenvolver o estudo de e-government na América Latina e Espanha, foram elaborados sete tipos de visão para abranger as diversas categorias de variáveis: grau de relacionamento com o cidadão, nível de e-democracia, nível de governo eletrônico, nível detalhado de governo eletrônico, papéis estratégicos da Tecnologia de Informação, tipo de conteúdo ou serviço e usabilidade.
Como um dos produtos do projeto, foi criado o IDGEM-WS ? Índice de Desenvolvimento de Governo Eletrônico Municipal-Websites. O índice foi calculado com base em uma composição de indicadores específicos relacionados ao uso de websites para oferta de conteúdos e serviços pelas prefeituras municipais à sociedade.
?Os administradores públicos municipais, mesmo em um estado mais desenvolvido como São Paulo, ainda têm uma visão muito limitada das possibilidades que as novas tecnologias de informação podem proporcionar?, conclui Torres, afirmando que os gestores investem muito menos do que seria necessário para acompanharem o ritmo das transformações das novas soluções tecnológicas, com alto impacto sobre os serviços ao cidadão, empresas e organismos.