Os embarques mundiais de PCs caíram 6,8% no primeiro trimestre, o que representa uma taxa cerca de 1,4% melhor do que o esperado, mas ainda assim a maior queda desde o terceiro trimestre de 2001, de acordo com uma pesquisa realizada pela IDC. Apesar de o volume ter diminuído menos do que o esperado, graças a alguns sinais positivos da atividade econômica na última parte do trimestre, o setor varejista e os principais indicadores da macroeconomia permanecem frágeis.
O crescimento dos mininotebooks está desempenhando um papel dramático no mercado. Os embarques de 5,7 milhões de unidades no primeiro trimestre ficaram acima das expectativas e contribuíram para o declínio de 3,1 milhões dos notebooks tradicionais na comparação com um ano atrás. Os mininotebooks responderam por US$ 2,2 bilhões do faturamento do setor no primeiro trimestre, enquanto que os notebooks tradicionais recuaram US$ 8,4 bilhões na comparação com o mesmo período do ano passado.
Apesar do crescimento exponencial, a IDC prevê que os modelos mais robustos de mininotebooks terão um aumento de preços nos próximos meses, o que acabará ocasionando uma desaceleração nos embarques de modelos de baixo custo, baseados nos chips Culv, da Intel, e Congo, da AMD. No entanto, os mininotebooks responderão por um crescimento de 9,5% do total de embarques de PCs (17,3% dos portáteis) neste ano, o que vai ajudar a reduzir a queda nos de 17,7% para apenas 3,2%.
Os mercados maduros viram o crescimento diminuir significativamente nos últimos dois trimestres, mas a IDC prevê que eles irão se estabilizar e melhorar daqui para frente. Os Estados Unidos e a Europa superaram as previsões de demanda dos consumidores. Embora o primeiro trimestre tenha sido promissor, as remessas dos EUA ainda devem diminuir um pouco mais de 2% neste ano e encerrar 2010 com um crescimento menor que 1%. A Europa registrou uma pequena queda no quarto trimestre de 2008, mas viu desaparecer o crescimento no primeiro trimestre e é provável que enfrente mais retração no segundo trimestre antes de se estabilizar – 2009 terá um desempenho ligeiramente abaixo de zero, enquanto o crescimento de dois dígitos não vai voltar até 2011. O Japão registrou queda no primeiro trimestre e deve continuar a ter crescimento de único dígito em 2010-2011.
Seguindo a tendência verificada no quarto trimestre de 2008, os mercados emergentes continuam a registrar o mais dramático declínio nos embarques de PCs. Falta de crédito, juntamente com a desvalorização monetária, contribuiu para a retração dos embarques na América Latina e Central e no Leste Europeu. O Canadá, juntamente com a América Latina e CEMA (Europa Centro-Oriental, Oriente Médio e África), deve experimentar um declínio de mais de 13% neste ano, embora a projeção seja que região vai ter crescimento de dois dígitos em 2010.
Ao contrário das demais regiões emergentes, a Ásia-Pacífico, excluindo o Japão, obteve um nível ligeiramente superior à previsão feita pelos governos de investir na melhoria das infraestruturas para estimular o consumo. A China, em particular, saiu melhor do que se esperava. Para o restante deste ano, a região deve ter um ligeiro crescimento, aí incluindo o Japão, e chegará próximo de 12% em 2010.
"A crise econômica continua a afetar a demanda de PCs e a forçar mudanças no mercado", afirmou Loren Loverde, diretor da IDC e responsável pelo estudo. "As regiões maduras estão enfrentando as mudanças melhor do que as regiões emergentes. No curto prazo, essas regiões permanecerão apresentando maior liquidez, mas a partir de 2010 as regiões emergentes registrarão um crescimento nas vendas e no volume de embarques. Entretanto, a concentração do crescimento no segmento consumidor e na evolução de categorias de PCs, como os mininotebooks, irá acirrar fortemente a concorrência."
- Canibalização de PCs?