O Facebook enfrenta um período de nítida estagnação no mercado americano. O crescimento do número de visitantes únicos em abril, de 158 milhões de usuários, foi de apenas 5% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Trata-se do menor porcentual já registrado pela comScore. De acordo com o The Wall Street Journal, que teve acesso aos dados da medição, em abril de 2011, o índice havia sido de 24%, enquanto um ano antes alcançou 89%.
Além da baixa taxa de expansão, o aumento no tempo gasto pelos usuários na rede social, também conhecido por engajamento, tem desacelerado. Embora eles tenham gasto mais de seis horas no site no mês, o que representa 16% a mais quando comparado com abril do ano passado, a taxa é bem menor que os 23% registrados em 2011 em relação ao ano anterior e que os 57% de 2010 na comparação com 2009, segundo a comScore. De certa forma, esse comportamento era esperado, diz o analista da comScore Andrew Lipsman. Isso porque, segundo ele, a empresa já arrebatou 71% dos 221 milhões de usuários da internet nos Estados Unidos.
O levantamento aponta também que o tempo gasto no Facebook, embora menor, é mais alto quando comparado a qualquer outro site. A título de comparação, o Google contabiliza quatro horas por mês gastos em média por internauta em todos os seus sites, inclusive o YouTube, enquanto no Yahoo são três horas e meia.
Para observadores do mercado, porém, as quedas são uma das razões do comportamento "instável" das ações do Facebook na bolsa eletrônica Nasdaq, até porque a companhia "se vendeu" com um histórico de crescimento constante para a abertura de capital. Grande parte dos investidores esperava alta de três ou dois dígitos nos papéis, como o Google manteve em 2004, logo após sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). Com isso, a capitalização de mercado do Facebook caiu dos US$ 100 bilhões, momentos antes do lançamento dos papéis, para cerca de US$ 70 bilhões.
No documento registrado na Security Exchange Commision (SEC), órgão regulador do mercado de capitais dos Estados Unidos, a rede social cita o extraordinário crescimento em países como Índia e Brasil como forma de seduzir os investidores. Os números atuais nesses países, no entanto, ainda são menores que os registrados nos Estados Unidos. A estratégia para evitar um revés mais forte é o acesso ao site por meio dispositivos móveis, de onde hoje praticamente não obtém receita publicitária. Para esse meio, a medição ainda é incerta. A comScore começou a rastrear o comportamento dos usuários há apenas alguns meses, por isso, não há dados conclusivos, explica Lipsman.