O Bradesco, segundo maior banco brasileiro por valor de mercado, deve gastar R$ 4 bilhões em tecnologia da informação neste ano, cifra que representa um aumento de 14% na comparação com os R$ 3,5 bilhões investidos pela instituição financeira no ano passado. Os recursos serão aplicados na implantação de uma nova arquitetura, sistema de gestão de conteúdo, projeto de digitalização de documentos e atualização do parque tecnológico.
Um dos projetos de maior foco da instituição financeira, no entanto, não deve consumir investimento muito elevado: a implantação do sistema biométrico de leitura da palma da mão como única senha de acesso às transações bancárias em toda a rede de caixas de autoatendimento (ATMs). O sistema será instalado em todas as 3.672 agências do banco e nos pontos externos da rede de autoatendimento Bradesco Dia e Noite, em todo o Brasil.
A biometria é uma das mais avançadas tecnologias de segurança. No caso dos equipamentos do Bradesco, o recurso utilizado é a leitura das veias da palma da mão do cliente. O sistema funciona como um scanner que captura a imagem do padrão vascular da palma da mão, que é único. Hoje, mais de 5 milhões de clientes do Bradesco já utilizam a leitura biométrica para efetuar suas transações, mas ainda era necessário digitar a senha de seis números. A partir de agora, eles poderão utilizar o sistema de leitura biométrica para efetuar suas transações, sem precisar mais utilizar a senha.
O processo de implantação do sistema biométrico nos ATMs começou em 2007 – em 2006 já havia sido feito um investimento preliminar de cerca de R$ 1 milhão para a adequação dos caixas – e até 2010, o banco já havia investido R$ 15 milhões para equipar a rede de autoatendimento. Até o momento, 22 mil dos 32,5 mil caixas eletrônicos do Bradesco já dispõem de sistema de biometria. Para equipar os demais 10,5 mil terminais, o que deve ser concluído até o fim deste ano, o banco gastará em torno de R$ 7,5 milhões, calcula o vice-presidente de TI do Bradesco, Laércio Albino Cezar.
Segundo o executivo, no momento está sendo feito o cadastramento dos clientes para usar a biometria. Até agora 5 milhões de correntistas do banco já estão cadastrados e aptos a usar essa alternativa de confirmação de transações.
Cezar frisa que a tecnologia de biometria representa uma importante redução de custos para o Bradesco, entre despesas operacionais, com sistemas e outras tecnologias, como de senhas de acesso e de tokens – atualmente utilizados para confirmar as transações. Até agora, o executivo diz que o banco já distribuiu cerca de 2,9 milhões de tokens para seus correntistas e investiu na compra de pelo mais uns 500 mil tokens para substituição daqueles que não estavam mais funcionando ou apresentavam problemas. "O banco tem muitos ganhos com o uso dessa tecnologia", frisa Cezar. Ele revela ainda que o Bradesco estuda utilizar soluções de biometria para o internet banking. Sem dar muitos detalhes, ele diz que essa estratégia será de "médio para longo prazo".
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