Governança pode mitigar riscos e impactos aos negócios

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A Global Reporting Initiative – instituição internacional que presta suporte quanto a iniciativas que mitiguem o impacto dos negócios em questões críticas de sustentabilidade e responsabilidade social – estabeleceu privacidade como um dos seus standards. A estruturação de programas de governança em proteção de dados robustos está diretamente relacionada ao nível de importância que as organizações direcionam para a estrutura organizacional também em outras frentes – tais como regulatório, compliance, ética e segurança da informação -, sobretudo para garantir que a governança corporativa como um todo funcione a partir de metodologias e processos otimizados.

Para Maria Eugênia Buosi, fundadora e CEO da Resultante ESG, a relação entre a rentabilidade das empresas e as práticas ESG passa por um momento de descobertas principalmente em relação às vantagens que as empresas orientadas por agenda podem trazer.

"Ao passar por uma série de revisões de processo produtivo por mais que falemos de adequação operacional, o ambiental e a gestão de recursos ainda  podem ser considerados apenas uma prótese de gestão", reforçou a executiva.

Segundo ela, como se relacionar os parceiros, fornecedores, comunidades do entorno, podem influenciar a estratégia das companhias, como lidar com os stakeholders, qual o viés de risco ou gerador de receita da companhia são algumas das questões nesta equação. "As organizações estão sempre na dualidade entre o risco e oportunidade, entre o agir ou não, enquanto na verdade o verdadeiro risco está na negligência frente às demandas da sociedade e por isso o papel fundamental da governança faz a diferença", explica .

A especialista indica que entre as dúvidas mais comuns estão baseadas em questões como: Como converter riscos climáticos em oportunidades ?  Segundo ela, é aí que a liderança  precisa perceber que a gestão dá o Norte e a governança  imprimirá a velocidade necessária para que os projetos alcancem os resultados desejados.

"Na Era de informações e dados, onde  "information is power" , quanto mais informações esses agentes possuam mais eficiente será a gestão. Apoiar e mensurar os índices de informativos é necessário, assim como  preciso analisar as novas informações para tomada de decisão. O mercado disponibiliza  grandes ferramentas de tecnologia  e  sistemas dedicados à gestão e mercados em função da agenda ESG", indica a executiva.

Porém, conforme avalia Maria Eugênia, outros questionamentos precisam ser feitos: quais são os riscos operacionais? Quais os riscos climáticos?  Qual o  custo disso para as empresas?  A infraestrutura da companhia está preparada para isso?  Quais as condições de trazer essas questões de processo de decisão como ganhos financeiros?

"As novas gerações de consumidores vão  demandar este apelo sustentável  enquanto os gestores vão analisar a gestão dos custos x receita e como isso impacta o resultado.  Falo da rentabilidade das empresas, da viabilidade e continuidade dos negócios. Os bancos e investidores começam  a olhar para essas questões como modelos de tomada de decisão e como impactam na atratividade das companhias  e isso tem uma associação nas questões ESG para definição de ações, no custo de capital para as companhias", exemplificou.

Tópicos como riscos,  oportunidades,  rentabilidade das ações, taxas de juros etc  estão na agenda dos reguladores e um  arcabouço regulatório mais minucioso  no sistema financeiros,  bem como  uma análise profunda dos dados  que precisa ser transformada em conhecimento  para tomada de decisão. "Neste ponto que a governança converge a LGPD para que a estratégia decisória esteja dentro do escopo da Lei", explica a executiva, "A governança estabelece indicadores e métricas que não são universais e estão sujeitos as variáveis de cada caso, mas  ampara os processos com  transparência de informações e boas práticas", disse.

Jeferson D'Addario, CEO do Grupo Daryus –  consultoria focada em governança , risco e compliance e ensino para os profissionais para atuar nas linhas de proteção das companhias – diz , que há no mercado global uma  necessidade de transformação pelo ESG e a covid transformation adiantou uns 10 anos – ansiedade  e números tem impulsionado na gestão de segurança.

"Se perguntarmos aos gestores quais as preocupações deles em relação à companhia em primeiro lugar vão dizer os riscos de ransomware, mas segurança da companhia não é só cibersegurança é a continuidade dos negócios, e a recuperação dos negócios frente a eventos imprevisíveis, frente às questões climáticas que podem afetar sua sobrevivência ", ressaltou o executivo.

Por isso, conforme alerta o executivo da Daryus, os gestores precisam maturar os processos do ESG que não sejam desconectados de todo o ecossistema da companhia e ver a segurança como estilo de vida,  praticada em todo o espectro corporativo, dia a dia, aos poucos . "Não adianta atropelar as fases, vemos muita ansiedade mas pouca ação. Uma  abordagem do relatório da ONU World Risk Report – reflete sobre o futuro em alguns pontos de preocupação como as cicatrizes da Covid, sobre as abordagens dos governos e sobre  liberalismo economico efetivo. O planeta não pode esperar vejam o que já está ocorrendo na Europa em face das matrizes energéticas  e cadeia de suprimento dos países daquele continente.", analisa o executivo e agrega, " Planos de continuidade de negócios e  planos de gestão em  pandemias   devem ser feitos sob o risco indireto na cadeia de suprimento.  Assim o olhar a questão ambiental de forma  holística  é imprescindível para o futuro das organizações ", reiterou.

Claudinei Elias, CEO e fundador da Bravo GRC – tech e ESG e ESG e governança apresentou uma pesquisa sobre o tema governança no mercado ESG para o mercado brasileiro.

Como apontou o  relatório   independentemente do tamanho da empresa, a maioria aponta que precisam  atender as  temáticas ESG visto a demandas  específicas para apresentar relatórios e 93% acreditam ser essa uma abordagem muito importante.

Além disso, a pesquisa aponta que  o mercado brasileiro  51%  das empresas pesquisadas entendem quais são as métricas e indicadores importantes para a agenda do ESG enquanto outros 44% ainda tem dificuldade de introduzir os conceitos de ESG no plano de gestão dessas empresas .

"Sustentabilidade e ESG caminham juntos. Por isso estratégias práticas ligadas ao modelo de negócios e inovação ainda são de difícil aplicabilidade para muitas empresas, há necessidade de uma mudança de cultura das companhias , levar em conta a  gestão de riscos e os impactos em relação ao seu ecossistema, bem como estabelecer um  relacionamento com stakeholders com um grau mais elevado de conhecimento local e imbuídos de uma visão mais ampla do mercado de green tech no Brasil", disse o executivo. Segundo ele nos últimos 4 anos houve um crescimento do conhecimento sobre o assunto, muito em função da aplicação de tecnologia".

"Os enfoques trazidos pela governança e o compliance nas empresas não deveriam trabalhar desconectados, da mesma forma incluir os pontos de vista do ESG. É premente que as  empresas  comecem a executar o  básico e ir escalando neste processo para  pensar a organização sob uma ótica de Governance by Design", aconselhou.

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