Em um estudo do Gartner lançado recentemente, me chamou a atenção e me deixou bastante satisfeito ao ler que é preocupação e intenção de 78% dos CIOs brasileiros investir na integração de tecnologias e arquiteturas.
Vejo isso como um reflexo do fenômeno atual no mercado, impulsionado pelo aumento da densidade da conectividade dos data centers e pela necessidade emergente de otimização da infraestrutura de conexão. Essa demanda surge em resposta à crescente capacidade de banda, diversidade de conexões com cloud e content providers e às diversas cargas de trabalho geradas pela Inteligência Artificial e pela computação de alto desempenho (HPC).
O levantamento IBM Global AI Adoption Index que li recentemente confirma essa tendência dizendo que 67% dos profissionais de TI de países latino-americanos afirmaram que suas organizações aceleraram a implementação da Inteligência Artificial nos últimos 2 anos.
O impacto disso também se reflete nos números de tráfego de dados. Por exemplo, o maior Internet Exchange do país registrou um pico de tráfego de 35 Tbit/s em fevereiro o que tem se tornado recorrente. Esse cenário traz desafios técnicos, como a necessidade de conexões de fibra de alta densidade, portas e conexões mais complexas, além de equipamentos mais avançados.
E nesta mesma toada de ampliação das necessidades técnicas, existe a crescente procura por conectividade com Internet, operadoras, clouds e parceiros. Para auxiliar nesta mudança drástica de cenário, o uso de redes definidas por software (SDN, do inglês Software Defined Network) bem como a automação de provisionamento e gerenciamento de redes tornam-se aspectos cruciais para garantir agilidade na instalação de novas conexões com provedores, provedores cloud, parceiros e entre data centers globais.
Hoje, vejo a automação de redes como peça-chave para as operações de data centers híbridos. Inclusive, entendo que já é uma preocupação, pelo menos entre a maioria (65%) das organizações classificadas como "maduras" pelo Gartner. No entanto, ainda há um mercado a ser explorado pelas empresas menos "maduras" tecnologicamente: já que apenas 25% delas são orquestradas.
Como um levantamento recente da Mordor Intelligence bem pontuou, o mercado global de nuvem híbrida deve chegar a US$ 128,01 bilhões em 2025. Agora, imagine lidar com a demanda da computação de alto desempenho, da IA e, ainda, ter que administrar um ambiente híbrido.
Para tornar o cenário competitivo, o mercado proporciona diversas soluções de conectividade que podem trazer a estabilidade e a alta performance necessárias, bem como baixa latência.
Toda essa complexidade de ações, equipamentos e transferência de dados, podem ser feitas por meio da utilização de uma PaaS (Platform as a Service) para orquestração, uma vez que elas são responsáveis por apoiar a implementação de cloud híbrida – seja on-premises, pública, privada ou colocation – e auxiliam na execução de entregas complexas, bem como no workflow como um todo. Soluções de automatização de rede otimizam, simplificam a gestão e trazem eficácia da estrutura de rede, além de diminuir custos.
É por isso que vejo a automação e a orquestração não somente como tendências, mas já como uma realidade. O Gartner inclusive confirma essa informação em uma pesquisa recente que prevê que até 2025, 70% das organizações irão implementar automação de infraestrutura estruturada com o objetivo de oferecer mais eficiência aos clientes, o que representa um aumento de 50% se comparado a 2021.
Portanto, finalizo afirmando que toda empresa que precisa que a sua conectividade cumpra com a continuidade e disponibilidade total de seu serviço terá que adotar uma solução de PaaS em um futuro muito próximo.
Rodrigo Radaieski, Diretor de Serviços da Ascenty.