Em seu discurso na cerimônia de abertura do Futurecom 2011, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, cobrou mais investimentos das operadoras de telecomunicações. Segundo ele, é preciso retomar o nível de investimentos vividos pelo setor após a privatização das telecomunicações, que culminou em R$ 24 bilhões investidos em 2001. “Apenas no primeiro semestre deste ano, o setor de telecomunicações faturou R$ 100,7 bilhões e está caminhando para superar tranquilamente os R$ 185 bilhões de faturamento de 2010. Não é à toa que estão todos rindo na mesa”, brincou Bernardo. De acordo com o ministro, os investimentos do setor nos últimos anos, no entanto, não chegaram à média de R$ 17 bilhões ao ano. “Isso não é suficiente, esse investimento não dá conta de acompanhar a grande demanda de serviços de telecomunicações por que vai passar o setor, principalmente quando levarmos em consideração o impacto da adoção de tablets em salas de aula de escolas públicas e a chegada, a partir de 1º de outubro, da Internet popular com banda larga a R$ 35”, ressalta. Para o ministro, é preciso um esforço conjunto do governo e empresas para aumentar esse investimento. “O setor privado precisa ousar mais, a economia está estável e há uma base de clientes grande, ávida por serviços. Essa aposta no Brasil vai valer a pena", argumenta.
Entre as medidas adotadas pelo governo para incentivar o setor o ministro citou a nova legislação de TV paga, sancionada nesta segunda, 12, pela presidenta Dilma Rousseff, que permitirá a entrada das teles no mercado de TV a cabo e facilitará a expedição de novas licenças; e o regime especial de tributação a ser encaminhado à presidenta esta semana, que prevê isenção de PIS e Cofins para construção de redes de serviços de telecomunicações. “Acreditamos que esse regime especial antecipará investimentos da ordem de R$ 20 bilhões nos próximos quatro anos, aumentando para 62% a participação de equipamentos nacionais nas redes. Essas ações são parte de um pacote de medidas de longo prazo, das metas do plano plurianual para 2015”, disse.
De acordo com o ministro, a ideia é fortalecer o papel regulador do Estado. Nesse sentido, o Minicom trabalha para publicar até outubro os novos regulamentos de qualidade da Internet fixa e móvel tubro. “Queremos que as prestadoras elevem de fato a qualidade dos serviços prestados. Além disso, os próximos leilões de freqüências irão priorizar projetos com maior investimento em redes, maior uso de tecnologia nacional e para atender grande quantidade de clientes com qualidade de serviço”, revela.
Anel sul-americano
Paulo Bernardo revelou ainda que durante esta segunda-feira aconteceu a primeira de uma série de reuniões com representantes de países da América do Sul para a construção conjunta de um anel óptico sul-americano. “Pretendemos desdobrar o assunto em outras reuniões e aprovar a proposta na Unasul (União de Nações Sul-Americanas)”, diz.