A evolução e maturidade das tecnologias de virtualização, os avanços de desempenho e de capacidade dos servidores e redes, e o aumento de aplicações compartilhadas estão permitindo às empresas disponibilizarem um vasto portfólio de soluções no modelo "as a Service" (aaS). Aplicações que até pouco tempo atrás não se imaginava que poderiam ser implementadas nesse modelo, agora já estão disponíveis. Como exemplo, no final de 2009 a IBM lançou no mercado o TivoliLive, um ambiente de monitoração disponível no modelo "Monitoring as a Service". Em outro exemplo temos as já conhecidas Box.net e Salesforce.com, que integraram o modelo de armazenamento de documentos de uma com o de gestão de relacionamento com clientes da outra, oferecendo novos serviços combinados no modelo "Software as a Service" (SaaS).
Communication as a Service (CaaS), Infrastructure as a Service (IaaS), Platform as a Service (PaaS), Service Management as a Service (SMaaS) são alguns outros exemplos desse modelo de serviços que tem crescido muito nos últimos anos.
Esse mercado, segundo a previsão da IDC, saltará dos US$ 17.4 bilhões em 2009 para mais de US$ 44 bilhões em 2013. Outra pesquisa, da Saugatuck Technologies, afirma que ao fim de 2012, 70% das pequenas e médias empresas e 60% das grandes terão pelo menos uma aplicação SaaS, o que significa que esse modelo de negócio não será restrito a um determinado tamanho de empresa.
O primeiro grande grupo de aplicações a entrar no modelo "as a Service" foram as de CRM, Recursos Humanos e Procurement, ou seja, principalmente aquelas voltadas para usuários finais. Na sequência, outras começaram a serem transportadas para esse modelo e hoje temos uma enorme lista de aplicações, até mesmo aquelas desenvolvidas localmente. Outro grande uso das soluções aaS é para projetos-piloto e análise de aplicações a serem implementadas na empresa.
Um fator importante para a explosão dessas aplicações é a tecnologia de cloud computing, que está se tornando uma realidade. Várias empresas já disponibilizam esse tipo de infraestrutura, como a Amazon que em 2006 lançou o Elastic Compute Cloud, e a IBM que em 2009 lançou o Cloudburst.
No entanto, para a disseminação do modelo "as a Service" existem quatro grandes desafios, identificados em outra pesquisa feita pela IDC: segurança, desempenho, disponibilidade e integração. Aumentar a segurança das soluções implementadas por meio da Internet e garantir a privacidade das informações é a maior prioridade para empresas que provêem aplicações no modelo "as a Service". A segunda maior preocupação é disponibilizar aplicações com um desempenho aceitável e para isso, além de servidores de grande capacidade, também são necessários vários pontos de presença espalhados pelo mundo para minimizar a latência de rede. Para ter alta disponibilidade nesses ambientes são necessários planos de continuidade e monitoração ininterrupta. Outro desafio é habilitar soluções que sejam fáceis de se integrar com os sistemas dos clientes, eventualmente em nuvens diferentes.
Apesar dos desafios, a facilidade de implementação, o baixo custo sugerido e a inexistência de investimentos em hardware e software são grandes atrativos para os clientes adotarem aplicações oferecidas nesse modelo. O que provavelmente veremos num futuro próximo? As empresas de TI batalhando nesse nicho de mercado e os consumidores deixando de investir em ativos de TI e usando soluções de negócio como serviços.
*Sergio Varga é certificado nas carreiras de IT Architect e IT Specialist e membro dos Boards de Certificação da IBM, com 24 anos de experiência em TI.