A automação vem revolucionando a maneira como empresas operam há alguns anos. Eu, como líder de uma empresa fabricante de soluções de automação de processos, busco mostrar ao mercado e às pessoas que implementar tecnologia e inovação nessa área sempre será um divisor de águas quando falamos sobre a busca por mais eficiência, precisão e escalabilidade.
Durante as últimas duas décadas o cenário da automação evoluiu significativamente, introduzindo novas tecnologias e metodologias nas soluções e plataformas disponíveis. Embora várias siglas e termos como RPA, Hiperautomação e BOAT tenham surgido, o objetivo central permanece o mesmo: ganhar produtividade e agilidade ao automatizar processos manuais e liberar o capital humano para demandas realmente essenciais.
Podemos dizer que a adoção do RPA (Robotic Process Automation) marca o começo de uma nova era da automação de processos empresariais. Isso porque, quando você consegue automatizar tarefas repetitivas e baseadas em regras com uso de robôs simples de serem criados, sua empresa consegue reduzir o esforço manual desprendido pelos colaboradores, melhorando a eficiência operacional.
Os early adopters da tecnologia de RPA puderam ver benefícios significativos nos seus resultados, incluindo economia de custos, redução de erros humanos e tempos de processamento mais rápidos.
Conforme as empresas começaram a buscar automatizar processos mais complexos, as limitações do uso de apenas uma solução ou tecnologia, como é o caso do RPA isolado, se tornaram mais aparentes, o que levou ao surgimento da hiperautomação, uma abordagem mais abrangente que integra múltiplas tecnologias como low code, BPM, IA e process mining.
A hiperautomação vai além da automação de tarefas, permitindo a automação de processos de ponta a ponta. Isso envolve a utilização de IA para processamento de documentos, machine learning para monitoramento de sistemas em tempo real, chatbots para atendimento ao cliente e RPA para tarefas administrativas, por exemplo.
A mágica acontece quando essas tecnologias trabalham juntas de forma integrada, criando uma operação sem intervenção de atores em certos processos. Ao aproveitar análises avançadas e tecnologias cognitivas, a hiperautomação também permite maior agilidade e melhor capacidade de resposta.
Quando olhamos para a evolução da hiperautomação, como se não bastasse a extensa sopa de letrinhas que esse mercado nos apresenta, agora falamos sobre BOAT (Business Orchestration Automation Technologies).
O BOAT foca em alinhar iniciativas de automação com resultados de negócios. É um termo que foca em enfatizar a integração da automação com os sistemas corporativos, garantindo fluxos de trabalho contínuos e consistência de dados.
Os principais recursos do BOAT incluem a capacidade de adaptação às mudanças nas necessidades das empresas, suporte ao desenvolvimento das pessoas e a colaboração entre as equipes de TI e de negócios.
O BOAT foi projetado para ir além da simples automação de tarefas, concentrando-se em três principais áreas: orquestração de fluxos de trabalho complexos, integração perfeita de diferentes sistemas e incorporação de Inteligência Artificial para aprimorar a tomada de decisão e otimizar processos.
O que posso pontuar nesses mais de 20 anos de experiência nesse setor é que as siglas e os termos vêm e vão, mas a automação é o que fica. Ao longo da evolução da automação como solução tecnológica várias "buzzwords" apareceram e desapareceram, mas seus princípios fundamentais – escalabilidade, produtividade e eficiência – permanecem constantes.
Enquanto a tecnologia continua a avançar, as empresas precisam se manter sempre à frente da curva, adotando as últimas metodologias e ferramentas de automação nos seus negócios. A inovação acontece na inquietação, em olhar para o status quo e querer mudá-lo, melhorá-lo. Sei que, assim como a jornada da automação até aqui foi um grande diferencial para empresas, o futuro do setor é ainda mais promissor e com certeza trará ainda mais integração entre tecnologias legadas e emergentes.
Ao olharmos para o futuro, fica claro que a automação continuará desempenhando um papel fundamental na definição do sucesso das empresas, independente dos termos que utilizaremos daqui até lá.
Tiago Amor, CEO da Lecom.