Originalmente associada a empresas de tecnologia, a computação em nuvem tem sido aplicada em setores tradicionais, como manufatura, agricultura, saúde e educação. Este movimento está provocando uma transformação significativa nesses setores, trazendo consigo uma série de benefícios, mas também desafios que precisam ser cuidadosamente gerenciados.
De acordo com o relatório divulgado pela Gartner, empresa de pesquisas, consultorias, eventos e as prospecções que envolvem o mercado de TI, 85% das corporações vão utilizar e implementar soluções de computação em nuvem nos seus negócios em 2025.
Esses números evidenciam a força da tecnologia em nuvem e as vantagens que ela proporciona para as empresas. No caso da área de manufatura inteligente, a tecnologia consegue armazenar os dados coletados das máquinas e dispositivos e analisar de forma minuciosa para otimizar processos e melhorar a produtividade.
Dessa forma, uma fábrica consegue gerenciar a produção e adaptar rapidamente a capacidade de processamento dos dados conforme a alta demanda. Isso representa uma vantagem significativa em comparação aos sistemas tradicionais, que exigem investimentos pesados e demorados em hardware e atualizações, principalmente porque, nesses casos, as empresas podem arcar apenas com os recursos utilizados.
Isso é especialmente vantajoso para setores como a agricultura e o varejo que lidam com muitos dados e ao mesmo tempo tem um orçamento mais enxuto. Nesses casos, os gastos com TI podem ser menores, já que é possível direcionar os recursos para áreas que realmente precisam inovar e aprimorar os seus processos, sem que haja gastos desnecessários.
Segundo a Markets and Markets, o mercado de agricultura digital (que inclui a computação em nuvem) deve passar de US$ 12 bilhões em 2023 para US$ 25 bilhões em 2028, impulsionado pela adoção de soluções baseadas em dados para aumentar a produtividade e a sustentabilidade.
Outro setor que tem utilizado essa tecnologia é o varejo. Segundo o estudo da McKinsey, empresa de consultoria empresarial americana, 70% das grandes redes varejistas já usam alguma forma de cloud computing, seja para gestão de estoque, previsão de demanda ou análise de comportamento do consumidor. As soluções de nuvem permitem que os lojistas integrem canais físicos e online de forma mais eficiente, proporcionando uma experiência de compra fluida para o consumidor. Já no setor financeiro deve crescer em taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 16% até 2026, segundo um relatório da PwC, consultoria de negócios, com foco em segmentos econômicos específicos.
Dessa maneira, para que essa transição seja bem-sucedida, é fundamental que as empresas implementem estratégias cuidadosas, que garantem a segurança de dados, o treinamento adequado de equipes e a superação das barreiras de infraestrutura. Assim, quando bem aplicada, proporciona uma vantagem competitiva significativa, permitindo que setores tradicionais se adaptem às exigências da era digital e se preparem para um futuro mais conectado e inteligente.
Paulo Lima, CEO da Skymail.
