Mesmo com troca de CEO, RIM ainda vive clima de cisão

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Apesar da pressão dos investidores, a demora da Reasearch in Motion (RIM), fabricante do BlackBerry, em abandonar o modelo de gestão com dois executivos, cujo comando era exercido por Jim Balsillie e Mike Lazaridis, não ocorreu porque os dois CEOs se recusavam a deixar o poder, mas porque não havia ninguém com o perfil exigido dentro da companhia nem tampouco foi possível encontrar alguém no mercado capaz de executar corretamente o plano estabelecido pelo conselho de administração.

A declaração foi dada pelo diretor da RIM, Roger Martin, ao All Things Digital, blog de tecnologia vinculado ao The Wall Street Journal, ao explicar a decisão do comitê de diretores em nomear Thorsten Heins para o cargo de presidente-executivo. Ele também rebateu a alegação de alguns acionistas de que erros estratégicos deixaram a RIM num "estado lastimável" que poderia ter sido evitado se tivessem nomeado um novo CEO mais rapidamente.

As críticas se deram em razão de a empresa ter ficado sem CEO durante quatro anos, o que deu margem a especulações. Martin disse que até a nomeação Heins, alguns meses atrás, não havia ninguém qualificado para assumir a empresa. Ele ironizou os críticos que queriam que essa transição fosse há quatro anos. "Como, para quem?”

Martin – que também atua como diretor de negócios da Universidade de Toronto – admite que os ex-CEOs Mike Lazaridis e Jim Balsillie cometeram erros. Mas ele insiste que expulsá-los na época teria sido loucura. "As pessoas simplesmente não entendem a profundidade e a compreensão que esses caras têm dos negócios", disse. "[Os críticos] perguntavam por que não podíamos ser como a Apple. Eu pergunto, deveríamos ter ido à falência e demitir nossos fundadores e trazer um idiota? Isso é o que deveríamos ter feito?", questiona ele com sarcasmo.

Mas todo esse discurso de Martin não afugetou os críticos, que acham que a RIM deveria ter pessoas menos míopes do que Lazaridis e Balsillie na liderança. “Alguém capaz de infundir na empresa uma cultura de inovação, que tão dolorosamente hoje falta”, dizem os críticos, ao ressaltarem que, "evidentemente, isso é muito difícil para um insider entrincheirado na RIM como Martin enxergar".

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