HP é alvo de nova ação judicial movida por acionista por compra da Autonomy

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A presidente-executiva da HP, Meg Whitman, e o ex-CEO da companhia, Leo Apotheker, foram processados por um acionista, o qual alega que as aquisições de empresas feitas por eles se configuram em má gestão e não geraram valor para os acionistas.

O investidor, cujo nome é A.J. Copeland, impetrou a ação judicial no Tribunal Federal de São Francisco. Segundo ele, os executivos falharam "em suas responsabilidades administrativas mais fundamentais, resultando em uma série de contratempos, incluindo investigações sobre suborno, a contratação e demissão de Apotheker e uma perda contábil de US$ 8,8 bilhões em 2012 com a aquisição da Autonomy".

Este não é o único processo que a fabricante enfrenta pela compra da empresa britânica de software. No fim de 2012, um grupo de acionistas ingressou com ação contra a HP, na qual também foi indicado o Conselho de Administração, além de diretores e ex-executivos da empresa.

A ação movida por Copeland diz que "os diretores da HP têm se dedicado a "proteger seus membros, envolvidos na transação da Autonomy, procurando resolver rapidamente todas às solicitações dos acionistas". Mas em declaração a Bloomberg News, ele diz que a empresa não respondeu, no entanto, à carta que enviou em julho do ano passado com as suas solicitações.

A compra da Autonomy foi manchada por acusações de fraude contábil. A fabricante de computadores pessoais e impressoras adquiriu a companhia britânica por US$ 11 bilhões em 2011, a fim de avançar no setor de software. As denúncias de falsificação de balanços tiveram início quando, no ano seguinte, a HP anunciou que contabilizaria uma baixa contábil equivalente a mais de três quartos do montante pago pela Autonomy — ou seja, os cerca de US$ 9 bilhões. A empresa revelou supostas fraudes contábeis na companhia adquirida às autoridades regulatórias dos Estados Unidos e do Reino Unido.

Recentemente, a HP disse que erros na contabilidade da Autonomy a levaram a reduzir a receita reportada em 2010 em 54%, mas isso não serviu para aplacar os ânimos de acionistas que vêm travando uma disputa renhida em tribunais contra a HP. Os investidores afirmam que altos executivos da companhia, atuais e antigos, sabiam, ou deveriam saber, sobre as práticas contábeis nada ortodoxas da Autonomy, antes de adquirir a empresa.

Comitê do Conselho

Como desdobramento das ações judiciais contra a empresa, a diretoria se reuniu nesta semana para discutir as recomendações feitas por um comitê do Conselho de Administração, criado para analisar as alegações de acionistas sobre a aquisição Autonomy, segundo disseram advogados da HP. Eles vão apresentar a decisão do conselho sobre como proceder na ação judicial, cuja audiência deve ocorrer já na próxima semana.

Procurada, a HP se recusou a comentar sobre o processo movido por Copeland, arquivado na última segunda-feira, 10, no tribunal de São Francisco.

Meg Whitman, até agora a única executiva indicada por um juiz federal a responder pelas acusações dos acionistas, bate na tecla de que a HP foi enganada pela empresa de software. Segundo ela, foram encontradas diversas irregularidades nas contas da Autonomy, após a compra. Mas o fundador da Autonomy, Michael Lynch, rejeita essas acusações. O executivo que foi forçado a deixar seu cargo na HP em maio de 2012, nega terminantemente as alegações de irregularidades contábeis ou de que a HP tenha sido deliberadamente enganada. De acordo com ele, não houve tentativa de esconder informações ou inflar números.

A Autonomy é uma companhia que desenvolve softwares capazes de buscar informações nos chamados bancos de dados não estruturados, como e-mails, vídeos online ou web, por isso a sua aquisição foi considerada por Apotheker como estratégica para garantir o futuro da empresa diante da queda nas vendas de PCs. Por ter sido o principal negociador da compra, o executivo foi alvo de outra ação derivativa.

Um sinal de que as coisas podem se complicar para ele, Meg Whitman e a empresa é que, em novembro do ano passado, o juiz Charles Breyer, do Tribunal Federal de São Francisco, escreveu em seu despacho sobre esta ação: "Meg Whitman fez declarações sobre o desempenho fraco da Autonomy em maio e junho de 2012, mas omitiu que soubesse que fraudes contábeis estavam sob investigação".

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