A Brasil Telecom (BrT) apresentou nesta terça-feira, 13/3, em Brasília, durante o 3º Dia do Investidor, suas metas para o ano de 2007. A apresentação começou detalhando o que foi a vida da corporação em 2006 e como a empresa conseguiu superar suas metas, obtendo, por exemplo, um lucro líquido de R$ 470 milhões contra um prejuízo de R$ 30 milhões em 2005.
Esta apresentação, que contou com a participação de diretores de todas as áreas da empresa, tem o ?objetivo de aumentar a transparência para os investidores?, segundo o presidente da empresa, Ricardo Knoepfelmacher.
Em resumo, para este ano, a empresa pretende continuar tentando reduzir a sangria na rentabilidade da telefonia fixa, ampliar a participação do que eles denominam ?novos motores da organização?, a banda larga e a telefonia móvel, e ampliar a parceria com os fornecedores de serviço e conteúdo.
Ricardo K, como é conhecido o principal executivo da BrT, explicou que hoje a telefonia fixa (consubstanciada em uma concessão de serviço público com contrato que ainda vai durar mais 18 anos) responde por 72% do faturamento da empresa.
Para manter o nível de faturamento, ou pelo menos para fazer com que ele não caia tanto, é preciso oferecer ao usuário de telefonia fixa serviços convergentes que possam fidelizá-los à companhia. O executivo lembrou que a diminuição da rentabilidade da telefonia fixa é um fenômeno mundial, e que só é possível minimizar os efeitos deste problema.
Banda larga e serviço móvel
Para este ano a empresa, que já é a maior operadora de banda larga do País, com 1,3 milhão de usuários, pretende obter um crescimento entre 30% e 35% no serviço. Para o serviço móvel, que hoje tem 33 milhões de acessos, a previsão do crescimento é um pouco mais modesta (entre 20% e 25%), até porque a BrT foi a quarta entrante em uma área já com concorrência acentuada.
De qualquer forma, a empresa comemora o seu Arpu na telefonia móvel (R$ 37,00), ?o maior do País?, segundo a empresa.
O que pode acontecer
A empresa apresenta um ?guia? com quatro colunas que compara os resultados de 2006, o consenso do mercado para 2007, a variação percentual entre o que se obteve em 2006 e o que o mercado prevê para 2007, e finalmente, uma previsão da própria empresa em relação ao consenso oferecido pelo mercado.
A média das estimativas foram obtidas a partir da análise disponibilizadas para a empresa pelo Unibanco, Brascan, Bear Stears, CSFG, Deutsche, Fator, JP Morgan, Morgan Stanley Itaú e UBS.
* Em relação à receita líquida, o mercado prevê um crescimento de 2,2% em relação a 2006, podendo chegar a R$ 10,520 bilhões. A empresa acredita que sua receita líquida será levemente superior a este valor;
* Em relação às despesas operacionais, o mercado acredita que elas devem ser 0,3% inferior às do ano passado, ou seja R$ 6,782 bilhões. A empresa acredita que esta previsão deva ser confirmada.
* Sobre o EBITDA em 2007, o consenso do mercado prevê um crescimento de 6,9% (para R$ 3,738 bilhões). A empresa acredita que o crescimento será levemente superior a esta previsão.
* Para a margem EBITDA, o mercado prevê um aumento de 1,6 pontos percentuais para 2007 (de 33,9% em 2006 para 35,5% neste ano). A empresa concorda com esta previsão.
E finalmente, em relação aos investimentos, que em 2006 foram de R$ 1,451 bilhão, o mercado acredita que devam crescer em 14%, passando para R$ 1,652 bilhão. A BrT acredita que terá que investir um pouco mais que isso.
Parcerias estratégicas para fidelização
Na linha de perseguir a fidelização de sua base de telefonia fixa, a Brasil Telecom inaugura duas parcerias. A primeira delas é com a Sky, recentemente anunciada, e que deverá começar a ser oferecida em toda a área de prestação de serviço da tele ainda esta semana.
Pela opção em oferecer TV paga em parceria com uma operadora tradicional do setor, Ricardo K explicou que como a Brasil Telecom é uma concessionária ?bem comportada?, não pretendia provocar a Anatel descumprindo a legislação que lhe impede, por exemplo, de oferecer televisão por assinatura em suas redes de banda larga.
Para oferecer o quadruple play, que segundo o executivo, vai custar 40% mais barato que o da concorrência, a empresa lança mão da parceria com a Sky. Para chegar a este ponto, a empresa acredita que foi muito importante a realização dos testes (desde outubro passado) de IPTV com cerca de 300 usuários em Brasília e Campo Grande (MT).
A segunda parceria, somente agora conhecida, associa o iG (portal pertencente à operadora) ao Google, de forma a permitir a utilização de todas as ferramentas de e-mail do serviço internacional para os usuários do iG, BrTurbo e Ibest, que totalizam mais de 8 milhões de endereços, os tradicionais serviços de busca e ainda o compartilhamento dos links patrocinados.
De acordo com Caio Túlio Costa, presidente do iG, esta parceria é inédita em todo o mundo.