Uma projeção feita por José Luís de Souza, presidente da Fitec, uma das principais instituições de pesquisa do país, aponta que o Brasil chegará a 106 milhões de usuários de celular até o fim do ano e 170 milhões de aparelhos habilitados em 2010. A estimativa toma o rumo oposto de análises que se tornaram freqüentes nos últimos tempos segundo as quais o mercado brasileiro estaria próximo da saturação.
Para o Souza, isso está longe de acontecer por vários motivos. Um deles diz respeito às novas coberturas que estão por vir, como a das redes de terceira geração (3G). Outro fator que irá impulsionar o mercado de celulares é a crescente adesão da população das classes C e D. Segundo ele, os responsáveis diretos pela difusão do celular nessas camadas sociais são os varejistas. Eles têm facilitado a compra de aparelhos, com financiamentos em até 12 vezes.
O presidente da Fitec destaca, ainda, que há regiões brasileiras onde a cobertura não é boa e, portanto, o serviço deverá ser melhorado. Os números retratam bem a análise de Souza. O país encerrou 2005 com um total de 86 milhões telefones móveis em uso. Em fevereiro, o número de assinantes subiu para 88 milhões. Portanto, a previsão de 106 milhões de usuários neste ano não está tão distante. A julgar pelo ritmo de crescimento do setor, a meta para 2010 também é plausível.
A grande novidade do estudo, entretanto, é que o crescimento do pré-pago, a grande estrela do mercado de celulares, responsável por 80% da base instalada, poderá ser menor que o do pós-pago. Para Souza, a tendência é as operadoras subsidiarem pouco ou nada o pré-pago e começar a bancar o pós-pago.
No ano passado, o Brasil produziu pouco mais de 40 milhões de aparelhos, sendo 10 milhões para exportação, 10 milhões para reposição e 20 milhões voltados aos novos clientes.