Conforme já havia antecipado, a Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, confirmou a sentença que condena a Intel como culpada de violar a lei antitruste e de limitar a concorrência com práticas ilegais. Em razão disso, o órgão anunciou nesta quarta-feira, 13, a aplicação de multa à companhia de 1,06 bilhão de euros (o equivalente a US$ 1,45 bilhão). O valor é o maior já aplicado na história pela Comissão Europeia.
Entre as principais violações, o órgão acusa a empresa de ter pago fabricantes de PCs para atrasarem ou cancelarem o lançamento de computadores com chips da sua concorrente AMD, bem como de ter pago à Media Markt, uma dos maiores varejistas da Europa, para vender apenas PCs equipados em seus chips. A Intel também é denunciada por vender seus chips abaixo do preço de custo aos fabricantes, para impedir o aumento da participação de mercado da AMD.
A comissária para concorrência da União Européia, Neelie Kroes, afirmou que a sanção contra a Intel foi justificada porque a empresa tinha criado barreiras ilegais para a concorrência e reduzido a possibilidade de escolha dos chips por parte dos consumidores, forçando-os a comprar máquinas com seus processadores e poucas unidades com chips da AMD, segundo o jornal New York Times.
O presidente da Intel, Paul Otellini, adiantou, porém, que a empresa deve recorrer da punição. "A Intel é totalmente contrária a essa decisão. Acreditamos que a decisão está errada e ignora a realidade da alta competitividade do mercado de microprocessadores – caracterizado pela constante inovação, melhoria contínua do desempenho dos produtos e preços mais baixos. Não houve absolutamente nenhum prejuízo para os consumidores. A Intel apelará."
Já para Giuliano Meroni, presidente de operações da AMD na Europa, a decisão marca "uma mudança no poder de monopólio abusivo da Intel sobre fabricantes de PCs, varejistas e, acima de tudo, consumidores".
- Sentença histórica