A mobilidade que a tecnologia proporcionou com a invenção dos tablets tem conquistado empresas de saúde em todo o mundo. No Brasil, a EMS foi a primeira a adotar a plataforma, sob a marca Apple, para equipar a sua força de vendas, composta por 1,5 mil representantes. O projeto foi iniciado em setembro de 2010 e, atualmente, 800 propagandistas da divisão de prescrição da EMS Sigma Pharma visitam médicos munidos com o equipamento. Até o fim de maio, 100% da força de vendas vai utilizar a ferramenta.
A EMS fechou 2010 com aproximadamente 4,5 mil empregados e faturou R$ 3,4 bilhões, o que representa um crescimento de 38% em relação ao ano anterior, segundo a consultoria IMS Health.
Com o novo projeto, a empresa substitui o modelo baseado na utilização de material impresso como principal meio de levar informação aos consultórios, processo que, segundo o vice-presidente de marketing da companhia, Waldir Eschberger Jr, consumia 50 toneladas de papel por ano. Além da quantidade de papel carregada pelos propagandistas a cada visita aos consultórios médicos, essa abordagem não permitia que o representante tivesse em mãos informações de todo o portfólio da empresa e dificultava o compartilhamento de informações, como resultados de pesquisas e estudos no momento da visita. Além disso, caso o material apresentasse algum erro de informação, todo o conteúdo era descartado, gerando desperdício.
Para resolver essa questão, a EMS fez uma pesquisa de mercado em busca de uma solução que resolvesse o problema, tanto em termos de gastos com impressão quanto em relação ao impacto no meio ambiente. O iPad, da Apple, se destacou entre as outras opções no mercado. "Além da tecnologia de ponta, o dispositivo foi desenvolvido com algumas características sustentáveis, como a utilização de vidro do monitor sem arsênio, sem BFR, tela de LCD sem mercúrio, sem PVC e estrutura de vidro e alumínio recicláveis. Tudo isso contribuiu para a escolha desse tablet", afirma Eschberger.
Etapas da implantação
A adoção dos iPad foi planejada em etapas. A primeira teve início em setembro do ano passado. Na primeira quinzena daquele mês, os aparelhos foram entregues à equipe de São Paulo. Logo depois, ainda em setembro, a ferramenta foi colocada em operação no Rio Grande do Sul, por ocasião da apresentação do medicamento cardiológico Lipistat a 1,3 mil médicos da capital e do interior gaúchos.
Outra etapa dessa ação ocorreu no fim de 2010, com a implantação de mais aparelhos para representantes em todo o país. Antes de sair às ruas com a nova tecnologia, cada representante recebe treinamento específico. As impressões relacionadas ao uso dos iPad são positivas. "A aprovação do equipamento é geral. O aumento no tempo de propaganda e a atenção dos médicos para com a mesma são os ganhos mais importantes. É um diferencial que chama a atenção e levanta elogios", afirma o representante de São Paulo, Clayton Luiz da Silva.
A EMS fez um investimento de R$ 2,5 milhões no projeto, cifra que o marketing da empresa acredita que terá o retorno assim que 100% da força de vendas estiver equipada com os tablets. "Deixaremos de gastar R$ 4,2 milhões por ano em materiais impressos de propaganda médica", destaca o vice-presidente da área.
Eschberger lembra também que a empresa não necessitou de qualquer mudança em seu parque de informática para adquirir a solução, e que a EMS desenvolveu aplicativos específicos para o iPad (aplicativos de promoção médica e de automação), por meio da contratação de agências especializadas nesse serviço.
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