É fato que os consumidores estão, cada vez mais, preferindo as compras virtuais às físicas. Até 2021, segundo uma pesquisa do Google, 67,4 milhões de pessoas farão sua primeira compra pela Internet. E se ao invés de elas apenas escolherem peças estáticas em uma página de internet pudessem passear virtualmente por uma loja de verdade? Esta é a proposta do ponto de vendas virtual, um aplicativo desenvolvido pelo SENAI CETIQT para ser disponibilizado às empresas, sejam elas e-commerce ou não.
Por meio de um celular acoplado aos óculos de realidade virtual, o Ponto de Experiência de Consumo, como é chamado o app, permite que o consumidor veja, por exemplo, as araras de roupas e, ao mirar com os olhos em uma peça, veja sua descrição, cartela de cores, tamanhos. Ele pode também girar a imagem em 360° para ter uma visão completa da roupa. Gostando, poderá colocá-la em seu carrinho e continuar 'passeando' pela loja, repetindo o gesto a cada peça que se interessar.
"Com o ponto de vendas em realidade virtual o consumidor sai completamente do lugar que está e entra em outro ambiente, ampliando sua experiência de consumo com a marca", comenta Angélica Coelho, consultora técnica em Moda do SENAI CETIQT.
Além de ser usado para vendas, o ponto de vendas virtual pode ser útil também para experimentação virtual, estratégias de visual merchandising e marketing. Angélica Coelho exemplifica: "um novo empresário, que está começando agora e ainda não tem capital para investir em um ponto de vendas físico, ou até mesmo aquele que precisa testar a comunicação de sua loja, pode estudar experiências e o comportamento do consumidor através deste programa".
Testar novas experiências e tendências é urgente. De acordo com a pesquisa feita pelo Google, as ações omnichannel, que integram o físico e virtual, terão crescimento ainda maior nos próximos anos, visto que os consumidores multicanais gastam até 40% a mais e são mais fiéis se comparados àqueles que fazem compras apenas em um canal.
Roupas, calçados e beleza são apontados como os nichos de maior crescimento no e-commerce, com índice de 17% ao ano – acima da média, que é de 12,4%. Com diversas possibilidades de uso, o aplicativo desenvolvido pelo CETIQT auxilia a indústria a acompanhar esse crescimento. Em um outro aspecto, treinar equipes em pontos diferentes é um desafio, e por meio do app, será possível assistir à mesma aula em tempo real, como se todos estivessem no mesmo ambiente. Outro exemplo seria o desfile de uma nova coleção. Com o programa, uma marca consegue apresentar suas peças para diversos públicos alocados em locais distintos.
"Desenvolvemos propostas modeladas para cada empresa, de acordo com sua necessidade e linguagem próprias, uma vez que cada uma delas tem uma forma distinta de se comunicar. O objetivo é ampliar o potencial de cada marca", destaca a consultora do CETIQT.
E se engana quem pensa que para desfrutar de toda essa experiência virtual é preciso investir em equipamentos específicos. Por ser um app, o programa roda em qualquer smartphone, que pode ser acoplado a um dos diversos modelos de óculos de realidade virtual disponíveis na internet, para montagem caseira, em papelão.
O Ponto de Experiência de Consumo está disponível para demonstração no Fashion Lab, o primeiro espaço colaborativo de experimentação tecnológica no setor têxtil, de confecção e moda, situado na unidade Riachuelo do SENAI CETIQT, no Rio de Janeiro.
Desenvolvido pelo SENAI CETIQT, o Fashion Lab conta com 400m² de infraestrutura destinada à criatividade e inovação. É composto por maquinário de alta tecnologia para criação e implementação de novos produtos e processos.
Com espaço integrados, o Fashion Lab possui dois setores: uma área com máquinas para prototipagem, como sistemas virtuais, impressoras 3D e 4D multimateriais, fresadora de alta precisão, cortadora a laser multimateriais e cortadora de vinil; e, o outro lado, uma Fábrica Modelo, com maquinário completo e novas tecnologias para experimentação de processos produtivos mais enxutos de confecção. Neste espaço, são ofertados serviços como aplicação do conceito Lean, fluxo contínuo, estudo de tempos e métodos, balanceamento da célula, menor desperdício, maior produtividade; além de integração dos processos, padronização do produto com qualidade assegurada, confiabilidade nos processos, e menor índice de não conformidade devido a otimização dos métodos.