A Microsoft anunciou nesta segunda-feira, 13, a assinatura de um acordo definitivo para adquirir o LinkedIn, por US$ 26,2 bilhões. Conforme os termos do contrato, a gigante do software vai pagar US$ 196 por ação da rede social de contatos profissionais, o que inclui o seu caixa líquido. O valor representa um ágio de 50% em relação aos US$ 131,08, preço de fechamento dos papéis do LinkedIn na sexta-feira,10.
Em comunicado em seu website, a Microsoft disse que o LinkedIn continuará a operar como empresa independente e Jeff Weiner permanecerá como CEO, se reportando a Satya Nadella, CEO da fabricante de software.
A aquisição ocorre em um momento de crescimento do LinkedIn. No ano passado, a plataforma social registrou crescimento de 19% no número de perfis cadastrados, para 433 milhões de usuários em todo o mundo; de 9% no número de membros exclusivos que visitam o site todo mês, para 105 milhões; e um aumento de 101% no número de anúncios de emprego, para mais de 7 milhões. Além disso, o total de usários móveis cresceu de 49% em 2014 para 60% no ano passado. O desempenho é atribuído pela empresa a uma série de iniciativas como o lançamento de uma nova versão do seu aplicativo móvel, o que proporcionou um maior engajamento dos usuários; ao aperfeiçoamento do algoritmo do feed de notícias para oferecer melhores insights de negócios; e ao lançamento de uma nova versão da plataforma de recrutamento Recruiter para clientes corporativos, entre outras.
A Microsoft avalia que o negócio beneficiará tanto o LinkedIn quanto o seu portfólio de produtos, principalmente a plataforma de aplicativos em nuvem Office 365. A gigante do software tem feito um esforço significativo nos últimos anos para tornar seus produtos mais conectados e quer usar os dados para torná-los mais inteligentes. E a vasta rede de usuários do LinkedIn oferece dados que podem ajudá-la nessa empreitada. Conectar o LinkedIn diretamente ao Office poderia, por exemplo, facilitar o agendamento de reuniões de trabalho através de comunicados nas agendas dos funcionários na rede social. Os representantes de vendas também poderiam obter dicas úteis sobre potenciais clientes a partir de dados do LinkedIn.
Para LinkedIn, o negócio abre a possibiidade de expandir a venda produtos. No ano passado, a rede social adquiriu, por exemplo, o serviço online de videotreinamento Lynda.com, por US$ 1,5 bilhão. Agora, com a aquisição, ela poderá oferecer vídeo da Lynda integrado aos produtos da Microsoft, como a planilha Excel.
"A equipe do LinkedIn o tornou um negócio fantástico, centrado em conectar profissionais no mundo todo", disse Nadella. "Juntos, poderemos acelerar o crescimento do LinkedIn, bem como o Office 365 e a plaforma Dynamics [solução de ERP na nuvem] à medida que procuramos capacitar cada pessoa e organização no planeta."
A transação foi aprovada por unanimidade pelos conselhos de administração das duas empresas e a previsão é que seja concluída neste ano, após a aprovação dos acionistas do LinkedIn e demais aprovações regulamentares. Caso desista do negócio, a plataforma social terá de pagar US$ 725 milhões.
A Microsoft vai financiar a transação através principalmente da emissão de títulos de dívidas. Após a conclusão do negócio, a fabricante de software diz que os resultados financeiros do LinkedIn serão reportados como parte da divisão de produtividade e processos de negócios já no balanço do ano fiscal de 2017.