Depois de testar duas plataformas, o Grupo de Trabalho da FEBRABAN definiu a Hiperledger Fabric para desenvolver o protótipo para adoção de blockchain pelos bancos, sem um prazo definido para que isso aconteça. A informação é de Adilson Fernandes da Conceição, coordenador do grupo, acrescentando que outra importante definição foi uma politica de governança para garantir a segurança do serviço a ser oferecido aos clientes.
Ele explica que o testes das plataformas Corda e Hiperledger Fabric permitiram testar suas capacidades, as diferenças entre elas e aspectos relacionados ao desenvolvimento.
"Foram avaliados 25 requisitos de negócios e de tecnologia numa primeira fase.Na segunda, foram avaliados 4 requisitos: alta disponibilidade (24×7), prova de aderência, performance e acesso concorrente. O fator decisivo foi a politica de preços final da plataforma de acordo com o modelo financeiro brasileiro", diz o coordenador.
"No entanto, como o desenvolvimento de blockchain é dinâmico e novas soluções podem surgir no futuro, o Grupo de Trabalho continuará a avaliar possíveis alternativas", acrescenta.
Em relação à Governança, foi definido que ela deve ter uma visão descentralizada do serviço, que deve cumprir nos passos para evoluir arquitetura; prazos de serviços (SLAs); área de negócios; capacitação continua; avaliação constante de novas plataformas, ter uma visão local e internacional; reforçar o caráter colaborativo, entre outros requisitos.
Testes
A primeira prova de conceito, intitulada Fingerprint, usou a plataforma Corda, usada pelo consórcio mundial R3, envolveu Itaú, Bradesco e B3, instituições brasileiras participantes do grupo. O teste desenvolvido no laboratório em nuvem do R3 criou um cadastro com informações fictícias, como nome, CPF e RG, idade, endereço e telefone, com armazenamento de documentos. O resultado comprovou a capacidade dos bancos operarem em regime colaborativo, com garantia de imutabilidade dos dados compartilhados, preservação da privacidade e rastreabilidade das informações.
A prova de conceito denominada DNA foi realizada de março a maio de desse ano, permite que um cliente abra uma conta usando um smartphone dando um nome qualquer para ele, cujos dados do firmware serão gravados de forma imutável na plataforma blockchain através de um hash criptografado. Depois dessa etapa, cada banco poderá aplicar suas regras de negócios, sem, contudo saber qual banco o correntista abriu a conta.
O Grupo de Trabalho Blockchain foi criado em agosto do ano passado, composto pelos membros da Comissão Executiva de Tecnologia e Automação Bancária (CNAB): Banco do Brasil, Bancoob, Banrisul, Bradesco, BTG Pactual, Caixa, Citibank, Itaú Unibanco, JP Morgan, Safra e Santander, além do Banco Central, da CIP, Ambima e da B3, empresa decorrente da fusão da BM&FBOVESPA e Cetip.