Um dos grandes desafios para a implementação de soluções de Internet das Coisas é a cobertura das redes de baixa potência (e baixo custo) necessárias para que a comunicação entre máquinas possa acontecer. Esta semana a AT&T anunciou planos de uma rede LTE dedicada para IoT em São Francisco. A operadora é uma das mais ativas empresas de telecomunicações no desenvolvimento do mercado de IoT.
Para Vikas Butaney, diretor de gestão de produtos de IoT da Cisco, essa é uma oportunidade aberta a muitas empresas de telecomunicações. Ele diz que as redes para IoT não necessariamente precisam ser as redes tradicionais 4G, em LTE, ou mesmo redes móveis 2G e 3G. Uma das apostas da Cisco são as redes LoRa (Long Range), que permitem grandes alcances, com baixíssimo consumo de bateria e baixo custo de operação. Mas são redes que também não permitem o tráfego de dados em alta velocidade. "Vemos as empresas de telecomunicações como um candidato natural a criarem estas redes para IoT, mas não os únicos. As utilities elétricas também podem participar diz ele.
Segundo Butaney, a capacidade das redes não será um limitador para o desenvolvimento do mercado de IoT, até porque a maior parte das aplicações demanda um tráfego muito baixo de dados. O mais crítico, diz ele, é a cobertura e o alcance das redes. "Outro fator fundamental é que essa rede não represente um custo elevado para o desenvolvedor da aplicação, pois isso inviabiliza o mercado", diz ele.
Para ele, o mercado de IoT deve se desenvolver primeiro no segmento industrial e no mercado de distribuição de eletricidade, onde as aplicações estão mais maduras e onde há maiores ganhos na adoção da tecnologia. Ele também vê o mercado de energia (óleo e gás principalmente) e outras utilities, como no setor de saneamento, como opções naturais para o desenvolvimento de IoT. "Hoje a nossa abordagem é a partir das grandes empresas", diz ele. Mas governos também são fundamentais. "Cidades ou países que tenham um ambiente mais adequado para soluções de cidades inteligentes acabam estimulando mais suas economias a seguirem pelo mesmo caminho", diz.
As declarações foram dadas durante Cisco Live, evento global da Cisco que acontece esta semana em Las Vegas.
Redes internas
Se no universo das grandes distâncias e áreas de cobertura a Cisco aposta em redes de baixo consumo e grande alcance para viabilizar aplicações de IoT, em ambientes com alta concentração de pessoas o movimento é o contrário. Inclusive com o uso de redes físicas para conectar dispositivos.
Nesse sentido, uma das apostas da empresa é Para ambientes fechados, como prédios de escritório e shoppings, por exemplo, um dos destaques da empresa durante o Cisco Live é a tecnologia de Power over Ethernet (PoE), ou seja, uma rede Ethernet energizada. A principal aplicação desse tipo de infraestrutura de dados é permitir a criação de ambientes de iluminação inteligente, em que cada lâmpada pode receber comandos individuais. Combinada com a tecnologia de led, essas redes PoE permitem que ambientes tenham uma iluminação controlada em todos os aspectos, desde o acionamento em função do fluxo de pessoas até a temperatura de cor adequada à luz exterior e aos tipo de trabalho que está sendo desenvolvido. Atualmente, os switchers de dados que permitem o cabeamento energizado estão conseguindo alimentar equipamentos de até 100W, o que significa que não apenas lâmpadas, mas outros equipamentos de baixo consumo podem ser ligados apenas a uma rede Ethernet, sem a necessidade de conexão elétrica dedicada.
Senhores,
Estou querendo importar equipamentos (sensores e coletores/gateways, antenas) de smart parking fabricados para LoRa.
Gostaria de saber se estes mesmos equipamentos funcionam em 3G?
Obrigado, Tomás