Como impulsionar estratégias eficientes em FinOps no Brasil?

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FinOps, abreviação de Financial Operations, é uma disciplina e prática cultural focada no gerenciamento financeiro de projetos na nuvem, com o objetivo de maximizar o valor para os negócios e permitir que decisões rápidas sejam tomadas com base em dados.

Com o crescimento exponencial da computação em nuvem, a prática ganhou ainda mais relevância. Em 2019, a FinOps Foundation estabeleceu os pilares dessa disciplina, criando um framework que auxilia as empresas a entenderem e aplicarem a gestão financeira na nuvem com base em domínios e capacidades, alinhados ao entendimento e otimização de uso e custos na nuvem, assim como a qualificar o valor gerado para o negócio. Além disso, essa abordagem garante que a empresa pague apenas pelo que é realmente necessário.

O framework divide a prática FinOps em três principais fases de implantação: Informar, Otimizar e Operar. A adoção dessas fases, conforme estabelecido pela FinOps Foundation, é fundamental para gestores que visam implantar a disciplina FinOps para desenvolver seus negócios com responsabilidade, transparência financeira, otimização de recursos e aumento da eficiência operacional no longo prazo. Entretanto, entendo que a implementação do FinOps exige uma profunda mudança cultural nas organizações, uma vez que requer uma mentalidade colaborativa entre equipes técnicas e financeiras para alcançar os melhores resultados.

O primeiro passo para implantar FinOps é entender o conceito e identificar claramente o valor que irá agregar ao negócio É importante começar com um projeto piloto, coletando feedback a cada evolução. Realizar workshops para disseminar conhecimento, engajar as equipes e destacar a conexão entre a metodologia e os objetivos de negócios também são fundamentais  nessa jornada.

Efetue um mapeamento do ambiente em questão, e, provavelmente, você irá encontrar boas oportunidades de melhoria. Uma boa dica é nunca iniciarqualquer ação de correção, sem antes planejar os passos das execuções juntamente com as áreas envolvidas. Monitorar os custos e a eficiência das práticas é crucial. Isso irá contribuir para a otimização contínua e o alcance dos objetivos traçados.

Ao longo de minha carreira, com mais de 20 anos de experiência na indústria da Tecnologia da Informação, gerenciei equipes e projetos, implementando soluções para ambientes em nuvens. E a disciplina FinOps traz algo que no meu prisma é o diferencial dentro desse contexto e o qual também faz parte dos princípios FinOps: Todos assumem a responsabilidade pelo uso da nuvem; As equipes precisam colaborar. Enfim, no meu ponto de vista, são dois elementos que fazem parte para o sucesso da adoção.

A maior dificuldade encontrada pelas empresas, provavelmente, está relacionada à resistência e à mudança. As equipes muitas vezes relutam ao adotar novas práticas que alteram sua forma tradicional de trabalhar. E o sucesso da jornada de implantação depende de um forte alinhamento e engajamento entre as equipes de desenvolvimento, infraestrutura, finanças, projetos e executivos desde o início do ciclo de desenvolvimento do projeto. Outro desafio é a possível falta de apoio de um sponsor comprometido, que é crucial para superar barreiras organizacionais e garantir o engajamento necessário.

Por fim, é importante estabelecer processos contínuos de monitoramento que garantam a eficiência dos recursos investidos no ambiente em nuvem. Dessa maneira, as empresas conseguem garantir que as práticas de FinOps sejam adotadas de forma consistente e alinhadas com as metas e objetivos estratégicos. A governança inclui revisões regulares, ajustes nos processos e a implementação de mecanismos de prestação de contas para assegurar que as otimizações financeiras sejam sustentáveis ao longo do tempo.

Rafael Luz, Head de Cloud & DevOps da keeggo.

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