Modelo de negócio flexível é chave para a indústria automotiva, diz estudo

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Estudo publicado pelo Institute for Business Value (IBV), da IBM Global Business Services, revela que a flexibilidade do modelo de negócios é vital para o sucesso da atual indústria automotiva.

Utilizando lucratividade como medida de sucesso, a IBM pesquisou as 100 maiores empresas automotivas e identificou que uma quantidade significativa obteve maior desempenho financeiro em 2005, quando comparado a 2001. Segundo o estudo, as empresas que têm flexibilidade no núcleo de seus modelos de negócios continuam a crescer com lucratividade e aumentar sua participação de mercado.

A análise do IBV constatou que a indústria automotiva global está mudando rapidamente. Vendas de produto mais baixas do que o esperado, altos custos de material e concorrência mais acirrada são apenas alguns dos obstáculos que levaram diversas grandes empresas à falência, deixando outras muito próximas disso.

No entanto, diz o estudo, outras empresas automotivas estão demonstrando flexibilidade, aprimorando seus produtos e serviços de modo a tirar proveito dos mercados e novas tecnologias. Muitas delas estão aumentando sua participação de mercado e seus lucros nesse processo.

Os resultados da pesquisa fazem parte de um levantamento abrangente, que incluiu uma análise financeira dos 100 maiores fabricantes e fornecedores automotivos do mundo. A equipe usou ainda levantamentos básicos de dois estudos anteriores da IBM, "Perspectiva de Inovação Global 2.0" e o "CEO Study 2006", baseados em entrevistas com 765 CEOs do mundo inteiro. O estudo completo pode ser encontrado no website do Institute for Business Value, da IBM Global Business Services (www.ibm.com/automotive/changinglanes).

Outro ponto importante, associado ao aumento de competitividade e que no mercado brasileiro ainda é muito forte, é a questão da confiabilidade nos processos produtivos e de planejamento. Várias operações passam por retrabalhos e acabam tornando-se parte integrante do processo. O problema aumenta quando se observa toda a cadeia, que sofre com as constantes alterações de programação (muitas vezes diárias). A conseqüência não poderia ser outra: aumento nos estoques, paradas de linha e custos adicionais.

Portanto, conclui o estudo, a flexibilidade em se adaptar à demanda do mercado tem de estar alinhada à confiabilidade (cumprimento de prazos, disponibilidade e reposição de peças etc.). Dessa forma, processos confiáveis e flexíveis, dentro de um ambiente colaborativo e integrado, incorrerão em um modelo muito mais competitivo que o atual.

"Assim como inovação, um modelo de negócios flexível é alcançável, mas não é algo fácil de conseguir. O tipo amplo de flexibilidade de que falamos não pode ser alcançado do dia para noite", diz Rogério Toledo, consultor da IBM Global Business Services, especializado no setor automotivo. "Só o corte de custos não trará o sucesso. As empresas precisam ter flexibilidade no núcleo de seu modelo de negócios para aproveitar situações que, no passado, criavam impacto negativo."

Surpreendentemente, o estudo identificou que uma quantidade muito maior de empresas automotivas têm tido melhores resultados em 2005 do que tiveram em 2001. De acordo com a análise, apenas sete empresas estavam tendo lucro de 5% ou mais em 2001, ao passo que em 2005 esse número cresceu para 30 empresas. Além disso, a quantidade de empresas com desempenho inferior em todas as faixas de renda era significativamente mais baixa durante esse período.

O estudo identificou quatro aspectos-chave de flexibilidade no modelo de negócios:

1. Receptividade: prever e responder às necessidades dos clientes, bem como mudanças de mercado e indústria;

2. Diferenciação: traduzir as necessidades dos clientes em produtos e serviços inovadores que eles realmente queiram e que os concorrentes tentarão imitar;

3. Eficiência: processos e operações comuns e ágeis para produzir produtos e serviços a um custo capaz de gerar lucros e apoiar o crescimento;

4. Impacto: capacidade de determinar a dimensão da mudança desejada em produtos, serviços e operações.

A IBM Global Business Services identificou um conjunto de princípios a serem usados quando uma empresa efetua uma mudança, de modo a criar uma empresa automotiva mais flexível e bem-sucedida:

1. Veja as áreas de sua empresa como componentes, de modo que ela funcione como um conjunto de empresas menores, mais ágeis. Isso permitirá avaliar sua empresa no contexto de seu ecossistema, para entender melhor seus pontos fortes e fracos.

2. Especialize sua empresa, concentrando-se em seus pontos fortes, e confie em parceiros para preencher lacunas e também explorar áreas de oportunidade.

3. Simplifique, procurando oportunidades de fazer negócios de forma mais simples e direta.

4. Padronize as interações entre pessoas, processos e tecnologia em seus negócios. Regras e padronização criam um ambiente em que as decisões podem ser tomadas durante a interação ? não somente imposta pela liderança ?, tornando-se a essência da colaboração.

5. Sinta as mudanças, dentro e fora da indústria, que exijam respostas ou que apresentem oportunidades. A disponibilidade de novas tecnologias, por exemplo, pode acelerar a capacidade de sentir e prever questões relacionadas à qualidade dos produtos antes que elas se tornem problemas de garantia, podendo permitir que fabricantes e fornecedores economizem milhões de dólares em custos de garantia.

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