A Siemens registrou um prejuízo líquido de 2,4 bilhões de euros (o equivalente a US$ 3 bilhões) no seu quarto trimestre fiscal de 2008, encerrado em 30 de setembro. A multinacional alemã atribui a perda ao peso do pagamento prolongado de encargos relacionados ao inquérito de suborno que envolveu alguns de seus ex-executivos. Sem considerar essas despesas, a companhia disse que o lucro líquido no ano teria um aumento de 46%, totalizando 5,9 mil milhões de euros (US$ 7,4 bilhões), ante um previsão de 4 bilhões de euros.
O prejuízo no quarto trimestre foi muito maior do que a perda de 74 milhões de euros um ano antes. A Siemens disse que um outro fator importante que teve influência no resultado foi o total de 1,16 bilhão de euros (US$ 1,46 bilhões) de perda com operações descontinuadas, relacionados principalmente à venda da participação de 51% que detinha na unidade Siemens Enterprise Communications para o americano de private equity Gores Group LLC (veja mais informações em "links relacionados" abaixo).
A companhia também anunciou que irá cobrar uma carteira de cerca de 1 bilhão de euros (US$ 1,24 bilhões) no quarto trimestre para resolver eventuais custos relacionados com um inquérito sobre o suborno em curso. O escândalo, que envolveu o pagamento de propinas para obter contratos no exterior, já custou milhões em multas para a Siemens e manchou sua reputação.
As vendas no trimestre subiram 4%, para 22,2 bilhões (US$ 27,5 bilhões), ante 21,3 bilhões de euros um ano antes. A geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) diminuíram 11%, para 2,2 bilhões de euros (US$ 2,7 bilhões), contra 2,5 bilhões de euros um ano antes. No ano, o Ebitda cresceu 4%, totalizando 8,5 bilhões de euros (US$ 10,5 bilhões), ante 8,2 bilhões de euros no exercício anterior.
Para o ano fiscal de 2009, a Siemens que espera um aumento nas vendas de duas vezes a taxa do produto interno bruto (PIB) mundial, apesar do difícil ambiente econômico. A empresa disse que espera um lucro entre 8 bilhões de euros e 8,5 bilhões de euros (US$ 10 bilhões e US$ 10,5 bilhões). A previsão otimista se deve às encomendas de aproximadamente 85 bilhões de euros (US$ 105,4 bilhões) que a empresa tem de clientes. "Ao contrário de nossos concorrentes, nós não estamos sendo forçados a fazer revisões substanciais de nossas encomendas", afirmou o CEO da Siemens, Peter Loescher, em uma declaração ao jornal New York Times.
- Perda pesada