Como prevenir ataques e golpes nas vendas de final de ano

0

Já imaginou ver todo o planejamento traçado para as vendas de final de ano ser estagnado devido à indisponibilidade do e-commerce? Infelizmente esse não é um cenário improvável para empresas que ainda não contam com uma estratégia de segurança bem definida para a sua loja virtual. Isso porque, os ataques hackers estão em ascensão.

Para se ter uma ideia, um relatório da NetScout sobre ameaças DDoS – que impedem que os usuários consigam acessar o site devido a uma sobrecarga proposital de solicitações – aponta que o Brasil registrou mais de 372 mil ataques DDoS no primeiro semestre de 2024, um aumento de 4,3% em relação ao segundo semestre de 2023. Esse movimento de mercado, indica a necessidade de as empresas aprofundarem suas discussões relacionadas à tecnologia e cibersegurança.

IA para bem e para o mal

A Inteligência Artificial (IA) tem se mostrado promissora em muitas áreas e pessoas mal intencionadas já começaram a explorá-la. De acordo com a pesquisa "The State of Cybersecurity in LATAM 2024", cerca de 55% das empresas brasileiras sofreram com ataques cibernéticos alimentados por IA em 2023. Entre as aplicações destaca-se a deepfake, que adultera conteúdos tornando-os realistas, sendo amplamente utilizada para forjar cadastros e fazer compras ilícitas. Além disso, outro ataque que tem se aperfeiçoado com o apoio da IA são os e-mails fraudulentos, que cada vez mais têm se apresentado como seguro às vítimas.

No entanto, ao mesmo passo que existe esse uso inadequado, profissionais especializados em cibersegurança também têm empregado a IA na identificação automatizada e inteligente da própria deepfake e dos comportamentos anormais dos usuários, assim como na agilidade na resolução de problemas e melhor tempo de resposta a um ataque, que sem o rastreamento ágil poderia levar dias para ser solucionado.

Um estudo da Microsoft, inclusive, aponta que o time de segurança chega a ser 39% mais rápido em atividades como sumarizar um incidente, se comparado a um time sem os recursos de IA. Isso mostra um ganho expressivo em velocidade e desempenho para um time que, definitivamente, precisa agir muito rápido.

Boas práticas para garantir boas vendas

Considerando todo esse cenário atual do Brasil, vários são os tipos de ataques e golpes que podem afetar uma loja virtual. Não apenas o sistema, mas também funcionários e clientes podem estar suscetíveis. Isso ocorre, pois as motivações de ações fraudulentas variam, em seus mais diferentes níveis de tipos e complexidades.

Nesse contexto, as pessoas mal-intencionadas podem querer indisponibilizar o site para inibir as vendas, ter algum tipo de controle do negócio, obter dados de clientes, ou se auto promover um desconto, por exemplo. Assim, a conscientização de clientes, funcionários e parceiros se torna imprescindível e urgente.

Afinal, de nada adianta todo o investimento em tecnologia para garantir segurança nas transações enquanto as pessoas compartilham seu acesso com um terceiro por ter sido ludibriada de forma criminosa. Por isso, é fundamental indicar com clareza quais são os canais de vendas oficiais e alertar sobre possíveis golpes. Em paralelo, fazer o adequado mapeamento de permissões e acessos, além de oferecer autenticação em mais de um fator, é necessário.

Do mais, toda a infraestrutura tecnológica tem que estar muito bem estruturada, envolvendo uma avaliação prévia da estimativa de carga que se espera no período de alta demanda, os planos de crescimento e a atualização do ambiente, para inibir que se torne vulnerável. No que se refere especificamente à segurança, também é preciso um plano completo de acompanhamento de vulnerabilidades, bem como testes de resposta a incidentes e de invasão.

Nos períodos de maior demanda, mais do que a preocupação com o time de vendas, é preciso reunir as equipes de infraestrutura, cibersegurança e prevenção de fraudes para executar o planejamento previamente desenhado, monitorando em tempo real as requisições e o comportamento dos usuários, mapeando gatilhos suspeitos e o que está gerando de carga no ambiente, além de identificar possíveis golpes e tentativas de ataque.

Por fim, mas não menos importante: tenha um backup e procedimentos de recuperação testados e treinador pelo time. Esta é a salvaguarda de segurança que toda empresa precisa ter, para que em casos de incidente o sistema seja restaurado. Esse é um ponto importante, pois a maioria dos grupos de ransomware que tentam danificar o backup também.

Investir em infraestrutura de TI e em processos maduros de cibersegurança é o caminho

Dado que as oportunidades avançam na mesma velocidade que golpes e ataques, o mercado tem demandado especialização em infraestrutura de TI e cibersegurança. Para tanto, empresas especializadas tem se mostrado grandes aliadas nessa jornada de evolução digital das lojas virtuais, liderando projetos robustos de estruturação do ambiente, acompanhamento de adversidades e tomadas de ação ágeis e assertivas.

Além de garantir a manutenção dos negócios, também é possível estimular sua ascensão, acelerando não só as vendas de final de ano, mas estimulando um diálogo maduro e necessário sobre o papel da tecnologia e da cibersegurança no varejo digital.

Mario Gama, Cybersecurity Practice Leader Latin America & Caribe da SoftwareOne.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.