Apesar do mercado de tecnologia da informação e comunicação (TIC) retomar o crescimento em 2017, a procura por profissionais especializados no Brasil ainda é maior que a oferta. De acordo com a IDC, 75% das empresas encontram dificuldade em recrutar profissionais de redes com as habilidades necessárias, por exemplo. Há uma grande lacuna entre as competências exigidas pelas empresas e a qualificação dos profissionais de TIC, principalmente com a constante chegada de novas tecnologias e soluções.
O Hays Global Skills Index, novo estudo da empresa de recrutamento e seleção Hays, mostra tendências que afetam o mercado de trabalho e as lacunas entre as habilidades demandadas com base em alguns indicadores. Os países são avaliados em uma escala de 0 a 10 — quanto maior a nota, maiores as dificuldades enfrentadas pelo país. Neste ano, o Brasil teve uma piora no nível de desenvolvimento de seu mercado, ficando com 5,5 — um aumento de 0,1 em relação a 2016.
Dito isso, a capacitaçao de novos talentos é essencial para garantir o futuro da área de TIC. Segundo a Brasscom, 900 mil novos profissionais de TI serão necessários até 2022. Isso se deve ao fato também de que novas tecnologias, como a rede 5G, Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial (AI) e Cidades Inteligentes estarão presente no nosso dia a dia e demandarão profissionais extremamente qualificados e ambientados com essas e outras soluções que ainda virão para o Brasil, mas que já são realidade em outros países do mundo, como China e Japão. Nota-se que o avanço da tecnologia está totalmente relacionado com o desenvolvimento sócio-econômico do país, uma vez que o setor representa praticamente 3% do PIB.
Além disso, outro estudo também elegeu as posições digitais em destaque até 2019, sendo as 5 primeiras Segurança da Informação, Chief Digital Officer, Arquiteto de Dados, Gerente de Projetos Digitais e Engenheiro de Dados. Outro recorte interessante ressalta que há uma alta demanda por profissionais que reúnam habilidades do tipo hard digital skills, com experiência em áreas como Análise Avançada, Inteligência Artificial e Cybersegurança. No futuro, o abismo de talentos nessa área continuará aumentando, de modo que nenhum empregador poderá parar e se estabilizar confortavelmente. Por isso, as organizações precisam inovar consistentemente e planejar a evolução do seu mercado de trabalho.
Ao me deparar com tais estudos, percebo que todo o setor de TIC precisa trabalhar em conjunto para enfrentar o gargalo existente na capacitação de jovens talentos, que potencialmente atingirá números altíssimos caso não façamos algo agora. É de suma importância que as empresas, as entidades e o governo participem ativamente e forneçam infraestrutura necessária para o desenvolvimento da área de TIC.
Vinícius Fiori, Head de Comunicação e Relações Públicas da Huawei.
