2014 será o ano dos vírus de sequestro, do bitcoin e da privacidade, afirmam especialistas

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O desenvolvimento de novas soluções na área de segurança e tecnologia não é linear, e uma nova invenção quase sempre é baseada em outra já existente. Sendo assim, existe certa facilidade em fazer "previsões". Na lista abaixo, especialistas da AVG apresentam algumas tendências observadas no ano que passou e que podem ter repercussão e/ou continuidade em 2014, assim como algumas novidades que podem surpreender a todos.

Em 2014, os vírus de sequestro serão ainda mais sofisticados
O fenômeno recente do Cryptolocker foi uma inevitável continuação da tendência dos vírus de sequestro que há algum tempo já vinham perturbando usuários e empresas. Mas esse vírus, especificamente, apresentou um grau de sofisticação e habilidade de criptografar arquivos em troca de dinheiro como nunca antes visto. 

Especialistas em segurança são sempre pessimistas "O que está ruim, pode piorar", e acreditam que os criminosos virtuais irão encontrar novas formas de causar danos e fazer fortuna rápida em 2014, ainda mais se o cryptolocker tiver uma nova versão.   

Outro tipo de "ransomware", ou vírus de sequestro, menos comum, mas que também deve causar problemas no próximo ano é o que possui a funcionalidade de tirar fotos do usuário com sua própria webcam. Os criminosos passam, então, a chantagear a vitima e até cogitam incluir sua imagem em sites de pedofilia para apresentar às autoridades legais. Com medo da chantagem as vitimas acabam, muitas vezes, pagando altos valores para evitar danos por crimes falsos.

Vigilância na Internet

Em 2013 os esforços para criar redes de cooperação internacional entre agências de investigação e polícias de diferentes nações foram bastante tímidos se comparados com os riscos e danos causados pelo crime organizado, pelo terrorismo e pelo cibercrime ao redor do globo.

Em resposta a essa aparente inércia dos governos, no ano de 2014 a tendência é de crescimento da chamada "vigilância na internet". Seus efeitos já foram sentidos no ano passado, quando diversos "cidadãos digitais" ao redor do planeta se encarregaram de investigar suspeitos em potencial responsáveis pelo atentado de maratona de Boston, trazendo à tona o termo 'digilante'.

Ao mesmo tempo, a defesa ativa parece também ganhar popularidade e muitos estudiosos de segurança ao redor do globo passaram a defender o conceito de "segurança ofensiva", na qual são empregadas todas as táticas, mesmo que potencialmente antiéticas, para investigar e combater crimes online.

Os defensores da segurança ofensiva argumentam que o número de crimes virtuais continua a subir, ano após ano, porque os criminosos sabem que existe impunidade. Por conta disso, já existem grupos clandestinos secretos que trabalham no combate aos crimes na Internet, buscando minar o trabalho de cibercriminosos de forma independente das agências e governos.

O dinheiro quer ser livre em 2014

O conceito de Tecnologia ponto a ponto, antes associado à necessidade dos usuários de compartilhar músicas, vídeos, e outros conteúdos gratuitamente agora está sendo aplicado ao dinheiro – na forma de "crypto-moedas" como o Bitcoin e outras moedas digitais baseadas em instrumentos financeiros.

No entanto, muitos sugerem que o Bitcoin nada mais é do que uma ferramenta para crimes virtuais, e citam o exemplo do Cryptolocker – que usa o Bitcoin como um método de pagamento anônimo e tem sido um dos motores do aumento de seu valor.

Independente das questões morais, o advento do uso de criptografia para garantir uma cadeia de transações de dinheiro em um sSistema de pagamento ponto-a-ponto possui o claro potencial de acabar com os monopólios nos sistemas financeiros que existem hoje, e transformar o fluxo de dinheiro (por meio da minimização ou eliminação de taxas de transferência de banco) ao redor do globo.

Como essa Tecnologia de crypto-moeda, com sua imensa complexidade, vai se infiltrar de fato na sociedade é o verdadeiro desafio.  Diversos governos ao redor do mundo já compartilharam sentimentos diversos em relação às inevitáveis tributações que surgirão.

No ano de 2014, o foco deve permanecer no Bitcoin (e outras moedas como a Litecoin e a Novacoin) e os usuários devem se manter atentos à volatilidade e ao alto risco no uso de uma tecnologia ainda nova.

Privacidade

É tudo uma questão de escolha
Na atualidade, a privacidade ainda é uma escolha do usuário. Em 2014, especialistas acreditam que haverá muito mais discussão sobre o direito à privacidade. O usuário deve ter a possibilidade de se desconectar completamente da internet ou pode optar por partilhar cada minuto de sua vida nas mídias sociais. Seja qual for a opção, o mais importante é que ele esteja confortável com sua decisão. A tendência mais observada atualmente é a de "tribos de privacidade" que começam a se formar em torno de opções comuns de segurança de informações pessoais.

Há aqueles que não querem viver em um estado de vigilância constante, enquanto existem outros que têm total confiança na capacidade dos seus governos para protegê-los.  E existem ainda os que apenas desejam ser informados dos melhores produtos e pechinchas ao fornecer suas preferências e localização na web.  De qualquer forma, há liberdade na escolha. Existem ainda novas e invasivas tecnologias a serem consideradas, como o GoogleGlass, que possibilita que o usuário grave tudo o que ele vê durante o dia.

Errantes Digitais

Nos próximos cinco anos, a expectativa é de que mais de 2,5 bilhões de pessoas se conectem à Internet pela primeira vez ao redor do globo. Esse é um número expressivo de novos usuários experimentando a mesma curva de aprendizado que muitos de nós já vivemos.

"No entanto, ao serem confrontados com tamanha complexidade tecnológica, esses novos usuários enfrentam uma curva de aprendizagem muito mais íngreme e, infelizmente, são mais suscetíveis a problemas" afirma Mariano Sumrell, diretor de Marketing da AVG Brasil

E não são apenas os novos usuários que são desafiados diariamente. Dezenas de pessoas lutam todos os dias para manter-se atualizados em um mundo onde a tecnologia evolui quase mensalmente, e na qual novos gadgets e mudanças na Internet rapidamente englobam todos os aspectos da vida cotidiana.

Sumrell alerta que "a proteção é sempre melhor alcançada com uma combinação de tecnologia adequada, sistemas atualizados e um maior nível de conscientização e educação dos usuários".

O que muitos usuários desconhecem é que, ao serem deixados sem orientação em um mundo online que ignora sua existência, eles passam a ser o equivalente digital aos errantes e andarilhos – tentando sobreviver num mundo confuso e esmagador.  Em 2014, é preciso dar mais atenção ao problema, trabalhar suas causas e buscar uma inclusão digital efetiva em todo o planeta.

A luta pela inclusão já deu alguns passos no ano passado. O Google, por exemplo, introduziu o conceito de 'Pontos de Ajuda' permitindo que as pessoas compartilhem o conhecimento por meio de videoconferência e é uma das várias soluções técnicas que podem ajudar a acelerar o aprendizado necessário para que os novos cidadãos digitais possam lidar com suas vidas on-line de forma segurança e rápida.

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