A Inteligência Artificial deixou de ser apenas uma tecnologia de suporte e passou a ocupar a linha de frente das operações e estratégias empresariais. Entramos em uma era que exige uma mudança radical no pensamento e na estrutura das companhias: é o momento de se tornar IA First. Esse conceito representa muito mais do que apenas adotar ferramentas de IA para resolver problemas pontuais; ele significa projetar processos, produtos e serviços tendo a Inteligência Artificial como protagonista desde o início. Empresas que compreendem essa revolução não tratam a IA como uma camada adicional, mas como a base de seu pensamento estratégico e operacional.
Imagine uma empresa que, em vez de desenvolver uma solução tradicional e depois incorporar a Inteligência Artificial, já cria seus produtos e serviços com a IA como centro de suas operações. A diferença é profunda. Nesse modelo, a IA se torna a espinha dorsal para a tomada de decisões, a escalada de inovações e o aumento da competitividade em um mercado que exige respostas cada vez mais rápidas e precisas. Com a IA no coração das operações, as empresas ganham a capacidade de tomar decisões em tempo real, automatizar processos com uma eficiência incomparável, personalizar a experiência do cliente em escala e desenvolver soluções inovadoras com base em análises de dados avançadas.
Esse momento é crítico porque, de acordo com um estudo recente da Gartner, até 2026, 75% das empresas que colocarem a IA como prioridade em suas operações superarão financeiramente seus concorrentes. Não estamos falando apenas de uma tendência; trata-se de um imperativo para a sobrevivência e o sucesso no mercado. Aquelas que resistirem a essa transformação correm o risco de ficar obsoletas em um cenário de mudanças aceleradas. Exemplo do uso do IA é a capacidade de transformar grandes volumes de dados brutos em inteligência acionável, continuamente e em larga escala. Isso possibilita previsibilidade para antecipar acontecimentos, escalabilidade para replicar soluções em diversas frentes de negócio e autonomia ao reduzir a dependência de intervenções humanas em processos operacionais.
Empresas visionárias já estão aplicando esse conceito de maneira prática e inovadora. No setor da saúde, a Inteligência Artificial está sendo usada para identificar padrões ocultos em exames de imagem, permitindo diagnósticos críticos com mais antecedência e precisão, o que molda o futuro da medicina preventiva. No agronegócio, sistemas baseados em IA analisam condições climáticas, composição do solo e padrões de safras anteriores para otimizar a produção com eficiência e sustentabilidade. Já na Indústria 4.0, a manutenção preditiva habilitada por IA está revolucionando o ciclo de vida das máquinas, reduzindo custos e aumentando a produtividade.
Para que essa transformação aconteça, é necessário mais do que tecnologia. O papel da liderança é fundamental nesse processo. Ser IA First exige uma mudança profunda no mindset das lideranças, começando pela criação de uma cultura centrada para trabalhar com ferramentas de IA e promovendo uma governança sólida que assegure ética e segurança no uso dessas tecnologias. CEOs e executivos precisam liderar essa transição, garantindo que a IA seja vista como protagonista da estratégia e não como uma ferramenta isolada.
Alexandro Barsi, fundador e CEO da Verity.