Transformação digital: dados e pessoas são primordiais para promover a verdadeira digitalização, ao invés de apenas "apagar incêndios"

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A transformação digital deixou de ser um diferencial: é agora o alicerce para relevância e competitividade no mercado. Mas a verdadeira mágica acontece quando conseguimos diferenciar entre "apagar incêndios" e "liderar uma digitalização autêntica". Essa distinção pode ser a diferença entre um projeto brilhante e um desastre anunciado.

Quando uma empresa mergulha em tecnologia sem estratégia, reagindo a crises ou demandas imediatas, ou seja, operando na pressa, está apenas apagando incêndios. E vamos ser sinceros: isso é como colocar um band-aid em uma fratura exposta. Os riscos são altos e os benefícios, baixos. O resultado? Recursos desperdiçados, tempo jogado fora e promessas não cumpridas, tanto no operacional quanto no financeiro.

Um dado que chama atenção vem da pesquisa global "Transforming the Enterprise of the Future", conduzida pela KPMG: 88% das empresas estão executando dois ou mais programas de transformação digital ao mesmo tempo, e 54% já estão conduzindo três ou mais. Parece promissor, certo? Mas aí vem o alerta vermelho: muitas dessas organizações não estão capturando todo o potencial de seus dados, tecnologias e, principalmente, das suas pessoas.

O desafio não é adotar tecnologia. É fazer isso com visão, estratégia e a mentalidade de quem quer transformar, e não apenas sobreviver.

Isso porque a maioria dos projetos de transformação digital acaba se desviando do caminho ideal. Quais são os erros que podem levar a tais desvios? Entre os mais frequentes, destacam-se:

Múltiplas atividades sem visão clara da prioridade —  Isso gera confusão sobre quais decisões devem ser tomadas e compromete os resultados.

Falta de colaboração e comunicação —  dificulta a evolução do projeto.

Excesso de personalização —  Soluções que tentam atender a muitos requisitos acabam perdendo eficiência. O ideal é atender a interesses bem definidos, de modo a não prejudicar o foco estratégico.

Decisões baseadas em Indicadores Chaves de Desempenho (KPIs) sem estratégia sólida — Dados "confusos" podem levar a métricas irrelevantes e, principalmente, resultados inconclusivos.

Considerando esses fatores, além dos desafios como a rápida evolução das tecnologias e mudanças nas expectativas dos clientes, acredito que a base de qualquer projeto de transformação digital está em dois pilares fundamentais: dados e pessoas. Quando esses elementos são trabalhados de forma integrada, eles impulsionam soluções estratégicas e resultados consistentes.

Dados e pessoas devem estar juntos nos projetos digitais

Muitas empresas ainda enfrentam dificuldades significativas para implementar projetos digitais eficazes baseados em dados. A prova disso é que, segundo a pesquisa global anual do Gartner, realizada com mais de 4 mil executivos, apenas 48% das iniciativas digitais atingem ou excedem as metas de resultados de negócios.

Para reverter esse cenário, as empresas precisam adotar uma abordagem que valorize a capacidade do profissional que vai  manusear e analisar os dados ao  longo da jornada digital. Há três fatores essenciais nessa abordagem:

Definição das necessidades — Entender as necessidades de negócios que cada empresa possui em seu respectivo projeto, sem se limitar a às necessidades técnicas.

Gestão de mudanças — Uma estratégia eficaz para gestão de mudanças pode garantir a adoção de novas práticas e novos processos sem interrupção operacional.

Alinhamento estratégico — Alinhar todos os aspectos do projeto com a estratégia de negócios da empresa assegura que a transformação digital esteja em sintonia com os objetivos de longo prazo, não apenas com resultados imediatos.

O que você escolhe: apagar incêndio ou digitalizar de verdade?

A escolha é sua: uma abordagem reativa pode resolver problemas imediatos, mas dificilmente gera resultados consistentes.

Para digitalizar de verdade, é essencial uma visão clara e execução cuidadosa, com foco no longo prazo. Essa abordagem promove inovação, mas também constrói um caminho sustentável para o crescimento e sucesso futuro. Escolher uma real transformação digital é mais que uma decisão tecnológica. É um compromisso com o futuro.

Luciana Miranda, VP e CMO da AP Digital Services.

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