Bain Capital e Huawei revêem composição acionária para obter aval à compra da 3Com

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Desde outubro do ano passado travando uma verdadeira batalha com o governo americano pelo direito de comprar a fabricante de equipamentos de rede 3Com, a Bain Capital decidiu fazer uma mudança na proposta de composição acionária na empresa para tentar convencer as autoridades daquele país a autorizar a transação, avaliada em US$ 2,2 bilhões.

A resistência à concretização do negócio surgiu após um deputado republicano e o Pentágono terem alertado o governo para o ?perigo à segurança nacional? de uma companhia chinesa ter acesso a tecnologias usadas pelo Departamento da Defesa dos Estados Unidos, já que participa também da proposta o fundo Shenzhen Huawei Investment & Holding, pertencente a fabricante chinesa de produtos de telecomunicações Huawei Technologies.

O negócio se transformou numa questão política nacional porque 3Com fornece tecnologia de prevenção a intrusão ao Departamento da Defesa. O Pentágono acredita que hackers chineses já estariam, inclusive, preparando um cyber ataque em massa aos seus sistemas.

Outra razão da recusa era o percentual de participação da Huawei Technologies na parceria com a Bain, embora minoritária. De acordo com a nova proposta, a Bain aumentaria ainda mais a sua participação e passaria a deter 83,5% do capital da 3Com, enquanto o Shenzhen Huawei Investment ficaria com os 16,5% restantes do controle acionário.

Em comunicado divulgado na terça-feira (12/2), a Bain disse que "nós colocamos na mesa uma proposta robusta de mitigação [dos riscos], que oferece garantias estruturais e de segurança significativas para a segurança nacional americana". "Nesse momento delicado para os EUA e as economias globais, pensamos que é fundamental que haja investimentos externos e que a operação com a 3Com seja autorizada a avançar em termos econômicos", acrescentou a nota.

Apesar das preocupações das autoridades de segurança dos EUA, a 3Com e Huawei já atuam como parceiras. Em 2003 elas formaram uma joint venture, a H3C Technologies, para fabricação de roteadores e switches IP para atender à demanda crescente na China por equipamentos de rede. A H3C se transformou em um grande player no mercado chinês de tecnologia. Em novembro de 2006, porém, a 3Com concordou em comprar 49% de participação da Huawei na H3C por US$ 882 milhões. A transação foi concluída em março do ano passado, dando à 3Com o controle na H3C.

Analistas de mercado avaliam que a transação deve ser aprovada, mas sob algumas condições. Segundo eles, a Comissão de Investimentos Estrangeiros nos Estados Unidos (CFIUS, na sigla em inglês) deve tentar manter a Bain contra a parede colocando restrições de acesso à Huawei a certas tecnologias da 3Com. A 3Com também poderá ser obrigada a fazer a sua parte e contratar o trabalho de uma divisão especial, que atuará com o conselho de administração, composta por cidadãos americanos, especialistas em questões de segurança.

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