A Acer anunciou que irá investir US$ 40 milhões na subsidiária brasileira para suportar o crescimento dos negócios no país. A quantia será aplicada na gestão de ativos, capital de giro, estratégias de marca, marketing e no lançamento de novas linhas de produtos, inclusive os primeiros modelos de tablets que serão vendidos no mercado local, previstos para meados do ano.
Segundo Emmanuel Fromont, presidente da Acer para Américas, o valor é o maior já investido em uma subsidiária da empresa. A companhia trará oito novas linhas de produtos que serão produzidos no país em regime de terceirização por três fabricantes chinesas instaladas no estado de São Paulo. “Nossa atuação no Brasil é única. Enquanto nos outros países importamos de fábricas chinesas, o mercado brasileiro tem produção local porque as parcerias público-privadas [PPP] reduzem consideravelmente o valor final dos notebooks e, assim, podemos chegar ao varejo com preços competitivos”, explica o executivo. Os tablets, contudo, serão importados da China.
No ano passado, a Acer registrou receita de R$ 1 bilhão e cresceu 20%. Em 2013, a meta é aumentar a receita anual em 25%. “O mercado brasileiro já possui uma das maiores taxas de crescimento da Acer. Se conseguirmos chegar ao nosso objetivo, certamente o Brasil será o país com maior expansão entre os que atuamos", diz o diretor geral da Acer no Brasil, Drew Goldman.
A fabricante está no país há três anos e meio, onde possui uma estrutura com 81 funcionários, dos quais 40 são dedicados ao suporte. Goldman explica que, no início das operações, a Acer optou pela contratação de uma empresa terceirizada para prestar suporte pós-venda. A prestação de serviços não foi adequada e a companhia teve tantos problemas que, depois de aproximadamente um ano, o suporte foi internalizado. “Fizemos uma pesquisa de marca e constatamos que já corrigimos a imagem negativa que essa experiência nos causou. Por isso, nossa estratégia daqui para frente será o posicionamento como uma empresa de tecnologia inovadora, capaz de entregar produtos em todas as categorias de preço”, conta.
A linha de PCs da Acer tem faixa inicial de preço de US$ 500 e chega a até US$ 2,6 mil, caso específico dos ultrabooks top de linha com recursos avançados. Os tablets, por sua vez, ainda não têm preço definido. “O que podemos antecipar é que teremos produtos top de linha, com sistema operacional Android e Windows 8. Não temos interesse em aparelhos baratos, pois teríamos que abrir mão de tecnologia avançada e prejudicar a experiência do usuário”, justifica Sérgio Bruno, diretor de vendas da subsidiária brasileira.
Para o setor corporativo, a companhia não tem planos. “Temos uma forte atuação no mercado corporativo em outros mercados, mas no Brasil é inviável pelo preço do nosso hardware. Os produtos desse segmento, como servidores, por exemplo, são fabricados na China a um custo muito inferior”, relata Fromont. Segundo ele, isso também impede que a produção brasileira seja exportada a outros países da América Latina. Para abastecer esses mercados, a carga de impostos é tão grande que é mais barata a importação chinesa.