A presença feminina no ambiente corporativo é fundamental para garantir a diversidade. Esta é uma verdade incontestável. Indo além dos discursos de equidade de gênero e de inclusão nas empresas (que são importantes, mas óbvios), é importante refletirmos sobre outros dois aspectos. O primeiro, que é como a presença das mulheres em posições de liderança é importante para incentivar e inspirar outras profissionais a seguirem uma carreira e a buscar oportunidades de desenvolvimento pessoal. E o segundo, se você, mulher, sabe o valor profissional que tem, e se é valorizada da forma como merece.
Valorizar a mulher no ambiente corporativo, como podemos perceber, vai (muito) além de oferecermos flores e chocolates. Trata-se de criar oportunidades, que podem trazer benefícios tangíveis, tais como uma melhor performance financeira, um aumento da inovação e um melhor desempenho geral nos negócios. Além disso, a organização que entende essa premissa tem mais capacidade para atrair e reter talentos e uma melhor reputação junto aos consumidores.
Em paralelo, e tão importante quanto, é a valorização interna. Cada uma de nós precisa conhecer e entender o seu próprio valor, saber quais são as nossas competências e como fazer o melhor uso de cada uma delas. Em um contexto em que as soft skills, ou seja, as habilidades comportamentais deixaram de ser apenas desejáveis e se tornaram essenciais especialmente para os postos de liderança, muita gente ainda se engana por acreditar que a doçura – tão associada ao sexo feminino – seja nossa maior habilidade socioemocional.
Na verdade, o "super poder" feminino é o coeficiente de inteligência emocional, que tem como pilares a autoconsciência, a autorregulação e a autodireção. No estudo State of Heart 2021, ficou claro que, apesar de homens e mulheres terem igualmente um quociente emocional, a mulher tem mais empatia quando gestoras e apoiamos o bem-estar dos funcionários, quando comparadas aos homens. Quem lida bem com as emoções consegue se destacar e crescer nas organizações. Sem assumir personagens, mas reunindo as habilidades necessárias para lidar com os desafios, sejam estes quais forem.
Por último, é fundamental que estejamos embasados em dados a fim de aferir avanços e retrocessos. E usar esses números com a inteligência estratégica necessária. Se eu posso me arriscar a dizer o que falta para tudo isso acontecer, ouso responder que falta vontade genuína de fazer as tão urgentes e necessárias mudanças.
Ana Alice Limongi, Diretora de Pessoas e Cultura da NEO.