A Backslash, unidade global de inteligência cultural do Omnicom Advertising Group (OAG), lançou o Glossário Edges 2025, uma análise aprofundada de 39 mudanças culturais relevantes para a indústria e a sociedade, que estão moldando o nosso mundo.
O relatório deste ano apresenta as manifestações mais recentes das principais tendências culturais ao redor do mundo em um momento em que muitas marcas buscam relevância ao imitar os termos da moda ou as microtendências virais do momento. No entanto, o documento argumenta que essa enxurrada incessante de conteúdo copiado e colado está contribuindo para a chamada "degradação cultural" e desafia as marcas a deixarem de tentar agradar algoritmos e começarem a agregar valor à experiência humana.
"Com termos como 'brain rot' (atrofia cerebral), 'slop' (conteúdo sem valor) e 'enshittification' (degradação digital) sendo usados para definir 2024, o chamado 'ao Disruption' nunca foi tão claro. Em 2025, as marcas que se apoiarem nos valores humanos, e não apenas na viralidade, serão aquelas que realmente contribuirão para a cultura – e não apenas a imitarão.", diz Jen Costello, Global Chief Strategy Officer da TBWA\Worldwide.
Com a mesma perspectiva, Marco Sinatura, CSIO da iD\TBWA, principal agência de publicidade do Brasil que potencializa o crescimento de negócios com dados, criatividade e inovação, pontua que os Edges são mudanças culturais globais com escala e longevidade suficientes para ajudar as marcas a conquistarem uma fatia maior no futuro.
"Os Edges estão enraizados em valores humanos, que são reconhecíveis na cultura – seja aquela que se manifesta digitalmente ou nas nossas interações físicas e presenciais. Isso pode gerar oportunidades claras de negócios para grandes marcas, que se posicionam como aceleradoras das transformações em direção às novas demandas das pessoas", aponta Marco.
No Relatório Edges 2025, a Backslash também incluiu as manifestações mais recentes das maiores e mais relevantes conversas culturais ao redor do mundo – desde papéis de gênero até inteligência artificial generativa, sustentabilidade e sobrevivencialismo.
Com isso, três novos Edges foram introduzidos ao documento: Eco-Realismo, Paradoxo da Maturidade e Transparência Comprovada.
- Eco Realismo: reflete a mudança dos planos de ação ambiental para abordagens mais práticas. Esse movimento surge à medida que um número crescente de corporações reduz suas metas de sustentabilidade anteriores e que práticas comuns, como compensação de carbono e plantio de árvores, são expostas como distrações pouco eficazes. A Backslash prevê que, no futuro, ambições fantasiosas serão superadas por soluções mais acessíveis, escaláveis e prontamente disponíveis.
- Paradoxo da Maturidade:explora o rompimento entre idade e maturidade. Com crianças amadurecendo mais rápido e adultos se apegando à juventude por mais tempo, a Backslash antecipa que os comportamentos e expectativas tradicionalmente associados a faixas etárias específicas serão redefinidos ou eliminados por completo. Essa mudança terá grandes implicações para a forma como as marcas segmentam e projetam produtos para diferentes gerações—marcando o fim da estrutura de vida em três estágios e o início de uma abordagem mais fluida.
- Transparência Comprovada:aborda o aumento das expectativas em relação à transparência na cadeia de suprimentos, impulsionadas por consumidores céticos que exigem mais visibilidade nos bastidos. Com tecnologias como o blockchain e etiquetas RFID, esse rastreamento torna-se mais profundo, enquanto novas regulamentações como o Passaporte Digital de Produto da União Europeia, reforçam essa demanda. A Backslash aconselha as marcas a se anteciparem a essa tendência, fornecendo, de forma proativa, provas claras do impacto social e ambiental de seus produtos.
"Em um mundo saturado de promessas vazias e modismos efêmeros, as marcas que realmente farão a diferença serão aquelas que trocarem a superficialidade pela vida real. Em 2025, não basta seguir a cultura, mas sim moldá-la com propósito e autenticidade", finaliza Sinatura.