A Cognizant realizou na semana passada, seu evento anual Experience 2018, reunindo clientes e parceiros, onde aconteceu um painel sobre as experiências de adoção de RPA – Robot Process Automation, com a participação de empresas como Banco Itaú-Unibanco, Ford e Sanofi.
De acordo com os executivos que apresentaram seus cases no painel, para que têm intenções de começar uma iniciativa de robotização dos processos, o recomendável é envolver as áreas de TI, de negócios e governança das empresas.
"Tem que se ter uma visão global dos processos, mapear todos eles, para que uma informação possa ser compartilhada com sistemas de diferentes departamentos", diz Leandro Braga, gerente Projetos do Itaú Unibanco, que já trabalha há vários anos com robotização de processos, acrescentando que o objetivo é criar a melhor solução para que outras áreas do banco possam utilizar os dados, acelerando o fluxo das informações e reduzindo o tempo de conclusão de um projeto.
Questionado sobre a integração com o legado e outros sistemas do banco, disse que o RPA roda numa camada por cima dos demais sistemas, consumido apenas APIs, pois pela sua complexidade acredita que mesmo no futuro não haverá uma integração total com o sistema core do banco.
Segundo ele, às vezes os funcionários tem receio na adoção de RPA, mas depois percebem que podem trabalhar em áreas de maior valor e não em tarefas repetitivas. "O Itaú tem mais de 100 mil funcionários, mas o objetivo não é reduzir mão de obra", explica.
O Itaú iniciou um processo de RPA na carteira de crédito imobiliário para captação de clientes, setor onde existe uma grande quantidade de documentos a serem registrados. O RPA trouxe mais agilidade, controle do atendimento dos agentes de atendimento, oportunidades de se oferecer produtos cross sell, além de uma plataforma de bots para interação com os clientes.
Rafael Costa, diretor de Crédito Imobiliário do Itaú, explica que a RPA traz velocidade de implantação, manutenção simples e facilidade de mudanças de parâmetros, entre outros benefícios.
Ford
Djalma Brighenti, diretor de TI da América do Sul da Ford Motor, disse que a empresa está completando agora em maio um ano de adoção de RPA, período que foram mapeados 66 processos, dos quais 34 eram adequados para usar a solução, cujo foco principal era a evitar trabalho repetitivo.
As duas áreas escolhidas foram Recursos Humanos e Logística, setores onde já foram completados três processos de melhoria em cada um deles. Ele explica que estão usando a solução Automation Anywhere, mas que a corporação ainda está definindo qual plataforma será padronizada globalmente.
Sanofi
Kleberson Santos, sênior manager ITS Latam da Sanofi, disse que a indústria farmacêutica também escolheu as áreas de RH e logística para iniciar a implantação de RPA, já tendo otimizado 19 processos nas duas áreas, com um ganho de 35% no geral.
Para ele, tem de haver um "change management" para que todos os benefícios do RPA sejam auferidos. "A solução de logística reversa de medicamentos implantada, por exemplo, que abre um ticket automático no SAP, já se pagou", enfatizou o executivo.