O Brasil ainda está longe de atingir um patamar razoável de inclusão digital. Embora exista um bom nível de desenvolvimento da plataforma tecnológica e das vias de acesso à comunicação, o que pode favorecer a convergência, o país caminha a passos lentos na direção da inclusão digital e na formação de mão-de obra voltada às novas tecnologias.
A conclusão é da terceira edição do ICD (Índice de Convergência Digital) no Brasil, estudo que mede como o país está posicionado no uso das tecnologias da informação e comunicação, realizado pelo IDCD (Instituto Brasil para Convergênia Digital).
Segundo o estudo, o ICD cresceu 13,05% de 2005 para 2006, atingindo 5,8 pontos percentuais contra 5,13 pontos percentuais no índice anterior. A pesquisa analisou itens, como conectividade, telecomunicações, mídia, comércio eletrônico, base instalada de hardware, prestação de serviços, software e formação em TI e serviços por meio digital.
De todas as áreas analisadas, as que cresceram mais foram as de inclusão digital, base instalada de hardware e comércio eletrônico. As três registraram aumento de 20%, puxadas pelos programas de incentivo do governo, segundo o presidente do IDCD, Carlos Machado. A abertura de centros públicos também contribuiu para esse crescimento.
A área que menos cresceu entre as categorias analisadas foi a de educação em TI, que apresentou taxa de 3,57%. Esse percentual decorre do fato de o Brasil não ter mão-de-obra suficiente para atender o mercado de TI. As universidades ainda formam poucos mestres e doutores para atender a demanda por formação de novos profissionais.
A meta do Brasil para 2010, segundo Machado, é elevar o índice de convergência para 7,84%, patamar desejável, em que se situam a França, o Japão e da Coréia do Sul, mas essa taxa hoje está em 5,8%.
Em termos geográficos, o Brasil está em terceiro lugar em desenvolvimento de TIC na América Latina, atrás do Chile, o primeiro colocado, e do México, o segundo.