Transformação digital na indústria: o que significa e quais são os efeitos para o setor

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A transformação digital tem revolucionado o cenário empresarial nos últimos anos. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), sete em cada dez empresas brasileiras já utilizam ferramentas digitais em seus processos produtivos. Na indústria, essa tendência também já é realidade. Um estudo da McKinsey estima que, até 2025, os processos relacionados à Indústria 4.0 poderão aumentar a eficiência do trabalho entre 10% e 25%.

Nesse contexto, a transformação digital na indústria tem se expandido rapidamente, tornando-se essencial para empresas que desejam se destacar no mercado. Esta digitalização permite elevar a operação industrial a outro patamar, onde os processos não apenas fluem de maneira mais ágil, mas também geram informações importantes para uma tomada de decisão mais analítica e assertiva. Isso resulta em ganhos significativos de produtividade, qualidade, redução de custos e maior precisão nos prazos de fornecimento.

Desafios da transformação digital na indústria

A transformação digital é um processo complexo, que exige atenção em quatro pilares fundamentais. O primeiro deles está relacionado ao alinhamento de negócio, no qual é essencial compreender a fundo como a tecnologia pode ampliar os resultados da indústria e adaptar os objetivos comerciais para explorar ao máximo novas oportunidades.

Nesse sentido, é importante que as lideranças estejam comprometidas não apenas em adotar novas tecnologias, mas também em transformá-las em um diferencial competitivo alinhado a visão de longo prazo da empresa.

O segundo pilar contempla as pessoas, tendo em vista que a capacitação e o engajamento dos colaboradores são cruciais para uma operação fortalecida. Desta forma, é necessário investir em treinamento e desenvolvimento para que as equipes estejam aptas a lidar com novas tecnologias e métodos de trabalho. Isto está diretamente ligado a cultura organizacional da companhia, que deve ser moldada para encorajar a inovação, uma vez que a resistência às mudanças é um dos principais entraves para uma transformação digital efetiva.

Os processos constituem o terceiro pilar e envolvem a adaptação das operações da empresa para que se tornem mais eficientes, promovendo ganhos significativos de produtividade. Neste sentido, um dos passos chave para uma implementação eficaz da digitalização é o conhecimento detalhado dos processos e a capacidade de percepção analítica, que propicia identificar padrões de erros e buscar soluções mais assertivas para a resolução de problemas.

O quarto pilar é a própria tecnologia, que deve ser selecionada com base nas necessidades específicas de cada indústria. Neste caso, destacam-se os investimentos em recursos tecnológicos emergentes como Inteligência Artificial (IA), Internet das Coisas (IoT) e análise de dados.

O poder da IA no processo de transformação digital

À medida que novas tecnologias emergem, é fundamental que as indústrias fiquem atentas aos processos inovativos para manterem suas operações alinhadas ao que há de mais atual no mercado. Apostar em inovação significa potencializar a capacidade analítica e, a partir disso, desenvolver estratégias de aprimoramentos e busca por resultados positivos.

Com a evolução das tecnologias baseadas em IA, por exemplo, as decisões nos processos produtivos serão cada vez menos intuitivas e mais baseadas em dados precisos, reduzindo significativamente o risco de erros, antecipando falhas e prolongando a vida útil de maquinários, o que se traduz em economia de custos e aumento de produtividade.

Além disso, a coleta desses grandes volumes de dados em tempo real viabilizará o próximo nível, que é o uso de redes neurais de Inteligências Artificiais nas análises, aumentando significativamente o ritmo do diagnóstico das informações e possibilitando novos insights que hoje sequer imaginamos.

Esses insights estão diretamente ligados às estratégias que geram alta performance nos processos industriais. A IA é capaz de identificar padrões e tendências que passam despercebidos pelos métodos tradicionais, contribuindo para uma melhor previsão de demanda e gestão de recursos. Isso resulta em operações mais eficientes, com menor desperdício e maior qualidade nos produtos finais, além de uma percepção cada vez mais positiva dos serviços pelos clientes.

A implementação

Mudanças nem sempre são fáceis de serem implementadas. Ao passo que muitas empresas estão avançando rapidamente na transformação digital e já atingiram um alto nível de maturidade na digitalização de seus processos, outras ainda progridem mais lentamente. No entanto, o fato é que as indústrias que não adotarem práticas digitais correm o sério risco reduzir drasticamente sua competitividade.

Por isso, cada um dos pilares destacados anteriormente deve ser considerado para sustentar a transformação digital, especialmente no que diz respeito às pessoas. Elas estão diretamente envolvidas nas operações diárias da indústria, o que exige um preparo da equipe para maximizar os benefícios oferecidos.

É preciso que os funcionários estejam engajados e motivados a participar das ações, conhecendo os trâmites a fundo e contribuindo com ideias que impulsionem a inovação. A tecnologia é um elemento crucial no início, mas, com o tempo, se tornará coadjuvante até que um novo ciclo de inovação apareça.

Diante desse cenário, fica claro que a digitalização não é apenas uma tendência passageira, mas uma necessidade vital para a sobrevivência das indústrias no mercado. Ao apostar em novas tecnologias, as indústrias não apenas se tornam mais competitivas, mas também se posicionam na vanguarda da inovação.

Walter Sanches,é Diretor de TI e Planejamento da Termomecanica.

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